Neste momento há um certo entusiasmo e a nossa primeira ideia é fazer tudo e mais alguma coisa para tentar ultrapassar a primeira fase”, traçou o seleccionador de Cabo Verde, Pedro Leitão Brito ‘Bubista’, em declarações à agência Lusa.
Esta que é a terceira vez que Cabo Verde participa numa fase final da CAN, depois de 2013, na África do Sul, em que foi eliminado pelo Gana nos quartos-de-final, e de 2015, na Guiné Equatorial, onde ficou pela fase de grupos.
Depois de falhar duas edições (2017 e 2019), nesta, os ‘Tubarões Azuis’ estão no Grupo A, no qual terão como adversários Etiópia, Burkina Faso e os anfitriões dos Camarões, treinados pelo português António Conceição.
Para Bubista, de 52 anos, trata-se de um “grupo difícil”, quanto mais não seja porque conta com a equipa da casa, e considera que as outras duas são muito competitivas, mas mantém o objectivo de chegar à fase a eliminar “jogo a jogo”.
Apesar de ter ainda alguns jogadores que já disputaram CAN e qualificações, o seleccionador reconheceu que a selecção nacional está neste momento numa fase de renovação, com a entrada de jogadores jovens, mas igualmente com qualidade.
“Estamos bastante esperançosos que a nossa equipa tem condições, desde que tudo esteja em ordem”, manifestou o técnico cabo-verdiano, entrando logo na questão da pandemia da covid-19, que assolou a seleção durante a preparação na cidade da Praia, com vários casos positivos.
O próprio selecionador foi um dos que testou positivo esta semana, juntamente com mais quatro elementos da selecção, que não viajaram na quinta-feira para os Camarões, mas esperam estar ‘negativos’ nos próximos dias – Cabo Verde reduziu para sete dias o período de isolamento de infectados – para se juntarem ao grupo no decorrer do torneio.
“As dificuldades são muitas, mas podemos bater-nos de frente com qualquer equipa”, disse Bubista, considerando que preparar a participação na maior prova de selecções em África em contexto de pandemia tem sido uma “experiência incrível”, com modificações a acontecer praticamente todos os dias, e tendo, por exemplo, ficado sem guarda-redes por um período.
“É uma experiência muito grande em todos os aspetos”, reconheceu o treinador, natural da ilha da Boa Vista, esperando ter todos os jogadores disponíveis para apresentar a melhor selecção no arranque da prova, já no domingo, contra a Etiópia.
Por causa de casos de infecção com o coronavírus, Cabo Verde já não conseguiu fazer nenhum jogo de preparação antes da CAN – tinha marcado jogar com Marrocos e outra selecção a indicar -, facto que Bubista lamentou.
Também não foi possível realizar um jogo de treino com um misto de jogadores da cidade da Praia: “Mas estamos confiantes que vamos ser capazes de representar o nosso país da melhor forma possível”, previu, confiando na força e na união dos 'Tubarões Azuis'.
Como profundo conhecedor do futebol cabo-verdiano, tendo jogado e treinado vários equipas, Bubista não tem dúvidas que a pandemia de covid-19 está a “fazer muito mal” à modalidade no país, em que os jogadores residentes ficam praticamente sem hipóteses de representar a selecção nacional.
“Já é difícil se estiverem a competir, por causa do ritmo e volume de jogo, mas fica praticamente impossível se estiverem parados”, lamentou o técnico, realçando que a situação já está a melhorar, com as várias regiões desportivas a retomarem as provas oficiais.
A 33.ª edição da Taça das Nações Africanas de futebol vai ser disputada entre domingo e 06 de fevereiro de 2022, nos Camarões.
A competição devia realizar-se em 2021, mas foi adiada para 2022 devido à pandemia provocada pelo novo coronavírus, apesar de manter a designação CAN2021.