“Depois de ter passado por uma subida no crescimento médio de 1,7% para 3% entre 2016 e 2017, os países em desenvolvimento no continente africano devem crescer 3,5% em 2018, com a recuperação dos preços do petróleo a ser crucial para vários países dada a sua dependência do petróleo”, escrevem os peritos da UNCTAD no relatório deste ano sobre o Comércio e Desenvolvimento.
“Os factores que levaram ao crescimento incluem, para além dos preços das matérias primas, o aumento dos investimentos em infraestruturas, mas muito dessa despesa foi financiada com recurso ao estrangeiro, resultando num problema de alto endividamento”, lê-se no documento divulgado em Genebra.
No final dos anos 2000, lê-se no relatório, “os programas de perdão de dívida reduziram substancialmente o fardo da dívida nos países africanos, mas desde então os países têm acumulado nova dívida e várias nações africanas estão actualmente identificados como tendo dívida problemática [debt distress, no original em inglês]”.
Com a perspectiva de os bancos centrais começarem a abrandar os programas de estímulos à economia, fazendo as taxas de referência subir para os níveis antes da crise financeira de 2008, “a saúde destas economias pode deteriorar-se rapidamente”, alerta a UNCTAD.