“Depois do abrandamento do crescimento registado em 2015-2016, as economias da África Subsahariana dão sinais de recuperação. Mas o crescimento está abaixo do esperado”, adianta o Africa Pulse, na sua edição de Outubro.
Ainda assim, no conjunto, as economias desta região africana cresceram 2,7% contra os 2,3% registados em 2018.
“A recuperação económica está a acontecer, mas a um ritmo inferior do que aquilo que esperávamos”, disse Albert Zeufack, economista da secção africana do Banco Mundial.
“Para que o crescimento acelere e seja sustentável, são necessárias políticas que se foquem no investimento e no desenvolvimento do capital humano, que reduzam o mau aproveitamento de recursos e aumentem a produtividade. Os políticos da região devem saber gerir os novos riscos que surgem com a flutuação de capitais e da dívida”, acrescentou Zeufeck.
O baixo nível de crescimento é reflexo, diz o Africa Pulse, de um ambiente externo que é menos favorável para a região.
O comércio e a indústria perderam algum ímpeto, e os preços dos metais e de produtos agrícolas desceram devido às preocupações com as questões relacionadas com as tarifas aduaneiras que abriram a perspectiva de uma descida na procura. “Enquanto os preços do petróleo devem continuar a subir até 2019, os preços dos metais continuam reduzidos e com pouca procura, particularmente por parte da China. As pressões sobre os mercados financeiros em alguns mercados emergentes e as preocupações com as dividas públicas em dólares têm também aumentado conforme a moeda norte-americana vem ganhando força.
O crescimento da economia desta região africana está 0,4 pontos percentuais abaixo do que estava previsto em Abril encontra a sua explicação na lenta recuperação das três maiores economias da África Subshariana (Nigéria, Angola e África do Sul). A menor produção de petróleo na Nigéria e em Angola levam a preços mais altos nos mercados e um fraco crescimento do consumo interno na África do Sul foi complementado com uma contracção do sector primário naquele país. No entanto, excluindo estes três países, o crescimento económico no resto da região foi sustentado, adianta o Africa Pulse.