À Inforpress, a propósito do Dia de África, que hoje se assinala, o presidente da Câmara de Comércio de Sotavento (CCS) refere que a criação da Zlecaf é uma “boa iniciativa” a nível continental, e que o problema que se põe é que as trocas comerciais, neste momento, entre os países africanos são “muito reduzidas”, devido à falta de meios de transportes, sobretudo marítimos.
“É impossível haver trocas comerciais se não houver transportes e o grande problema entre os países africanos neste momento é a nível de transportes, sobretudo de transportes marítimos”, considera.
O presidente da CCS defende que África tem de produzir mais, porque não pode continuar “eternamente” a ser uma fonte de fornecimento de matéria-prima aos países ricos.
“A industrialização da África é fundamental. A África tem muita matéria-prima que pode ser transformada no continente africano e é por essa via que temos que ir. Temos que produzir e exportar”, advoga
Spencer Lima é a favor da ratificação por Cabo Verde do acordo que cria a Zlecaf, defendendo que Cabo Verde deve assumir a sua africanidade e proceder à efectiva integração no continente.
“Esta integração, do nosso ponto de vista, passa absolutamente pela CEDEAO. Devemos ter uma presença mais significativa na CEDEAO”, preconiza, assinalando a importância da existência de um ministro para a Integração Regional.
O acordo que cria a Zona de Livre Comércio Continental, que prevê a constituição de um mercado comum em África, será formalmente adoptado na Cimeira da União Africana (UA), prevista para Julho deste ano, em Niamey, Níger.
Cabo Verde foi um dos signatários do acordo, em Março de 2018, e está, neste momento, a trabalhar a parte técnica, com estudo de avaliação de impacto, tendo em vista a sua ratificação.