PR de Portugal aprova, com dúvidas, a venda do BCA

PorExpresso das Ilhas,17 set 2019 15:46

Venda do BCA “enfraquece a presença financeira” de Portugal em Cabo Verde, diz Marcelo Rebelo de Sousa que, no entanto, promulgou a lei.

“Atendendo a que esta operação faz parte do plano de restruturação da Caixa Geral de Depósitos, e embora tenha dúvidas sobre o entendimento de que a mesma não enfraquecerá a presença financeira de Portugal em Cabo Verde, o Presidente da República promulgou o diploma que define o processo de alienação das participações sociais detidas pela Caixa Geral de Depósitos, S.A., no capital social da sociedade Banco Comercial do Atlântico, S.A.”, lê-se na informação divulgada no ‘site’ da presidência da república portuguesa.

A Caixa Geral de Depósitos está a vender a participação em vários bancos que detém a nível mundial num processo acordado com a União Europeia aquando da recapitalização da CGD. Além do BCA a Caixa Geral de Depósitos detém ainda uma participação maioritária no capital do Banco Interatlântico.

O banco português alienou, ou está em processo de vender, as participações que tem Espanha, África do Sul e Brasil.

Segundo o Diário de Notícias, no ano passado, foi decidido vender o banco de Espanha ao Abanca e o sul-africano Mercantile Bank ao fundo de investimento Capitec Bank Limited. No início de Setembro, o Governo seleccionou três investidores, dois bancos e uma empresa de investimentos, para apresentarem propostas vinculativas de compra do banco da CGD no Brasil. Os investidores em causa são a empresa de investimentos brasileira Artesia Gestão de Recursos, o Banco ABC Brasil (detido pelo Arab Banking Corporation, com sede no Bahrein) e o Banco Luso Brasileiro (detido parcialmente pelo grupo Amorim). Já a operação de França (48 agências e cerca de 500 trabalhadores), que a Comissão Europeia também queria que fosse fechada ou vendida, foi depois acordada manter-se. A CGD teve lucros de 282,5 milhões de euros no primeiro semestre.

"Existem contactos com a Caixa Geral de Depósitos" para a compra do BCA

Depois da apresentação pública do banco no passado dia 12 de Julho, o representante da international investment bank Holding (iibGroup) em Cabo Verde, César Martins Ferreira, explica o que levou esta instituição financeira com origem no Bahrein a investir em Cabo Verde.

De recordar que, numa entrevista ao Expresso das Ilhas, o representante da International Investment Bank Holding (iibGroup) em Cabo Verde, César Martins Ferreira, reconheceu que o “iibGroup está de facto interessado em adquirir a participação que a Caixa Geral de Depósitos (CGD) tem no BCA e que pretende agora vender. Ao mais alto nível, a intenção de avaliar a operação já foi por diversas vezes transmitida às Autoridades em Cabo Verde, designadamente junto do Ministério das Finanças, do Banco de Cabo Verde e da AGMVM. Em paralelo há vários meses que existem contactos em curso entre o iibGroup e a CGD”.

“Uma potencial aquisição do BCA permitiria ao iibGroup uma captação de quota de mercado imediata e uma presença efectiva no segmente de retalho que abriria sem duvida um maior e mais vasto leque de oportunidades em Cabo Verde”, disse ainda Cesar Martins Ferreira na mesma entrevista.

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Autoria:Expresso das Ilhas,17 set 2019 15:46

Editado porNuno Andrade Ferreira  em  6 jun 2020 23:21

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