De acordo com Paulo Macedo, que falava aos jornalistas depois de um encontro com o Primeiro-Ministro, Ulisses Correia e Silva, o banco público português optou por alienar o capital que detém no BCA, mantendo a participação no Banco Interatlântico - é actualmente accionista maioritário nos dois.
O processo, que se inicia agora, culminará com a entrada de um novo accionista de referência no maior banco e mais antigo comercial de Cabo Verde, num negócio que depende do aval das autoridades cabo-verdianas, nomeadamente do regulador, Banco de Cabo Verde.
A intenção de venda já foi confirmada à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários, em Portugal.
"Após os contactos que foram desenvolvidos nos últimos meses com o Governo e outras autoridades de Cabo Verde, a Caixa Geral de Depósitos informa que deliberou proceder à alienação da sua participação accionista no Banco Comercial do Atlântico, iniciando o processo e o desenvolvimento dos respectivos trâmites legais e processuais a partir de Janeiro de 2019", lê-se na nota enviada ao regulador.
"A Caixa Geral de Depósitos mantém e renova o seu compromisso com o desenvolvimento da economia de Cabo Verde e o apoio aos seus clientes e agentes económicos através da sua participação no Banco Interatlântico, que pretende desenvolver e consolidar", acrescenta o comunicado.
Ao longo do dia, o presidente executivo da CGD esteve reunido com os responsáveis de BCA e Intertlântico. Além do Primeiro-Ministro, o responsável também se encontrou com o ministro das Finanças, Olavo Correia.
A notícia da redução da presença da Caixa Geral de Depósito no mercado nacional não é novidade (foi anunciada em Julho) e acompanha a decisão de reposicionamento, até 2020, em vários mercados internacionais, parte do plano de reestruturação em curso. Desde Julho que se sabia da intenção do banco em alienar um dos activos, concentrando a sua operação numa única instituição.
Em Novembro, foi aprovada a venda do Banco Caixa Geral, em Espanha, ao Abanca. Também foi confirmada a venda do sul-africano Mercantile Bank ao Capitec Bank Limited. Os dois negócios deverão render perto de 200 milhões de euros.