O autor do livro “9 formas de empreender com personalidade”, falava em entrevista à última edição do Panorama 3.0, da Rádio Morabeza.
“Não queremos que quem está no quarto ano vá montar o seu negócio. Queremos é que tenha uma atitude empreendedora, uma forma inconformada de olhar o mundo, que se foque nas soluções, não no problema”, defende.
“O que nós temos construído é um ecossistema empreendedor nas escolas, como os alunos e professores, nos organismos públicos, nas empresas, nas fundações, nas associações, tendo uma incubadora, mais programas de formação de fomento ao empreendedorismo. Todo este ecossistema cria-se num território se respirar, em todo o lado, empreendedorismo. Portanto, uma cultura empreendedora não se cria só com uma incubadora”, refere.
Confiança, resiliência, correr riscos, foco, paixão, network, estar preparado para falhar, capacidade de se relacionar com os outros e feedback. Essas são as características principais e condicionantes do empreendedor, apontadas por Luís Matos Martins. Mas é preciso mais para “blindar” uma ideia vencedora.
“Além de ter essas características é preciso muito trabalho, esforço, persistência, aprofundar as ideias de negócio e perceber se essa ideia é desenvolvida por outras empresas, a nível nacional e internacional - o que é que correu bem e o que é que correu menos bem, fazer teste de mercado, falar com potenciais clientes e fornecedores e ir construindo uma estratégia”, aponta.
Para o especialista, o empreendedor tem que pensar como é que quer ser agente de mudança. O Estado tem um papel fundamental no estabelecimento de um plano estratégico para o empreendedorismo e apoio no desenvolvimento de novos negócios.
“Não só medidas de financiamento mas sim medidas que simplifiquem quem quer implementar uma empresa, medidas que permitam a redução de custos e criar infra-estruturas como incubadoras, centros de negócios, proporcionar programas de formação aos empreendedores. Não podemos responsabilizar o Estado por não ter essas medidas, mas era bom que tivesse isso porque alavanca e fomenta muito mais o empreendedorismo”, diz.
Luís Matos Martins considera que a formação é pouco relevante quando se fala em empreendedorismo. O importante é a personalidade e a vontade de fazer.