De acordo com dados do mais recente relatório estatístico mensal do Banco de Cabo Verde (BCV), os depósitos de poupança nos bancos nacionais ultrapassaram no final de Dezembro os 7.435,8 milhões de escudos.
Em Março de 2020, antes da pandemia de covid-19, essas poupanças cifravam-se em 6.847 milhões de escudos, e foram crescendo fortemente todos os meses.
Os depósitos de poupança nos bancos cabo-verdianos ultrapassavam no final de 2019 os 6.675 milhões de escudos, pelo que se tratou de um crescimento de 11,4% em 2020.
Esses depósitos valiam 5.933,4 milhões de escudos em 2018 e 5.411,8 milhões de escudos em 2017, segundo os dados do BCV.
Em Cabo Verde operam sete bancos comerciais com licença para trabalhar com clientes residentes e quatro apenas com licença para clientes não residentes, considerados ‘offshore’, regime que termina no final deste ano.
Segundo um inquérito realizado há cinco anos pelo BCV sobre a literacia financeira da população cabo-verdiana, cerca de 91% dos inquiridos consideram importante, ou, até mesmo muito importante planear o orçamento familiar e apenas 9% consideram pouco importante ou nada importante.
O estudo concluiu ainda que cerca de 55% dos inquiridos planeavam uma periodicidade mensal, 45% costumava poupar e destes, somente 1 a 2% poupa numa perspetiva de longo prazo, enquanto 53% afirmam que não poupam e, desses, 82% apontam como principal razão o baixo nível de rendimento, enquanto 6% não consideram a poupança como uma prioridade.
O Instituto Nacional de Estatísticas (INE) realizou um inquérito de conjuntura das famílias cabo-verdianas no segundo trimestre de 2020, chegando à conclusão de que a maior parte dos inquiridos (93,2%) considerou que a actual situação económica do país não permite fazer poupança.