“Para nós é motivo de orgulho porque é o reconhecimento, efectivo, do que Cabo Verde tem feito para promover o turismo no País. Este evento resulta de um mérito. Cabo Verde merece que seja realizado aqui”, manifestou Gualberto do Rosário, em entrevista à Inforpress.
Segundo Gualberto do Rosário, trata-se de uma “grande oportunidade”, a participação de todos os actores ligados ao sector neste debate, que decorrerá durante três dias na cidade de Santa Maria, mas também uma oportunidade para se começar a ter “novas perspectivas, novos horizontes e olhar para o continente africano como um mercado emissor”.
“A África é um continente bonito, rico em todos os ângulos (…) visto na geografia física, biologia, cultura, e onde se pode também fazer férias fabulosas”, sublinhou a mesma fonte, observando que África é “com certeza” um mercado emissor, embora ainda seja um “mercado marginal”, considerando o conjunto da economia mundial, em que África, conforme observou, fica com 5 por cento (%) para o turismo.
“Mas é um mercado em crescimento, potencial, um mercado do futuro e temos a obrigação, nós cabo-verdianos, de olharmos para o turismo na África como africanos”. Ou seja, precisou, numa abordagem do desenvolvimento do continente, nomeadamente da sub-região, na participação e no entendimento de que Cabo Verde é “parte efectiva desta região e do continente, neste domínio também da economia, que é a maior indústria do mundo”, enfatizou.
Gualberto do Rosário declarou ainda que Cabo Verde tem que estar preparado, perceber o que está a acontecer no mundo, designadamente no mundo da tecnologia, neste caso na sua relação com o turismo, para que possa introduzir esses elementos, também “na sua forma de pensar, agir, planificar e desenvolver”.
O presidente da Câmara do Turismo de Cabo Verde enalteceu ainda a forma como o país está a “atacar muito bem” a questão da regulação da pandemia da covid-19, na tomada de decisões que o colocam “na ponta mundial” em relação àquilo que são as tendências para as viagens, designadamente a vacinação e a emissão do certificado de vacinação covid.
Duas medidas, conforme reforçou, “muito importantes”, para além do controlo nas fronteiras e noutros espaços que fornecem serviços.
“Neste particular, quanto a mim, o nosso País está a ser um exemplo. Cabo Verde está a conseguir lidar com a situação de pandemia, actuando sobre as variáveis que são essenciais. E as medidas estão a resultar”, frisou.
Quanto aos resultados da 64ª Reunião da Comissão Regional da Organização Mundial do Turismo, Gualberto do Rosário espera que saia uma “consciência reforçada” em África, de uma forma geral, enquanto, continente e região.
“Da importância que o turismo pode representar para a economia africana. Isto já será um ganho extraordinário. Espero também que se entenda que no contexto da África, a vitória consegue-se pela via da cooperação entre os países, regiões e sub-regiões, de uma forma geral”, reiterou.
Gualberto do Rosário disse esperar, também, que se desenvolva a consciência de que este é um domínio em que a parceria entre o público e o privado “é essencial para ganhar”.
“Num mundo globalizado, numa África em processo de integração (…) esses encontros têm um valor significativo e valem cada vez mais a pena, deles saem, com certeza, linhas orientadoras, contactos, conhecimento, relacionamentos, que podem ajudar muito nos processos presentes e futuros”, finalizou.
Paralelamente à 64ª Reunião da CAF, Cabo Verde vai acolher ainda a 2ª Edição do Fórum Mundial sobre o Investimento Turístico em África (FMITA), que terá lugar nos dias 03 e 04 de Setembro, no mesmo local.
São esperadas cerca de duas centenas de participantes, designadamente ministros do turismo do continente africano, investidores, e instituições financeiras internacionais, altos dirigentes e especialistas do sector público e privado e demais “stakeholders” do turismo.