Cumpridas mais de 90% das ligações marítimas interilhas

PorExpresso das Ilhas, Lusa,17 dez 2021 9:59

A administração da CV Interilhas, concessionária dos transportes marítimos em Cabo Verde, anunciou hoje que cumpriu “mais de 90%” das ligações previstas contratualmente em dois anos e meio, apesar das restrições provocadas pela pandemia de covid-19.

Em comunicado enviado à agência Lusa, a refere que desde Agosto de 2019, quando iniciou o contrato de concessão do serviço público de transporte marítimo interilhas de passageiros e cargas, “conseguiu assegurar de forma absolutamente indiscutível mais de 90% das viagens previstas”.

“Cumprindo largamente com as obrigações de serviço público decorrentes do contrato de concessão e tendo garantido expressamente à população um serviço regular, fiável e de segurança que até então não existia”, lê-se.

Segundo dados da empresa fornecidos à Lusa, desde o início da concessão, em 15 de Agosto de 2019, até 31 de Dezembro de 2021 (previsão com base real de Novembro), foram transportados praticamente 1,1 milhão de passageiros em 9.990 viagens, além de 500 mil toneladas de carga, incluindo mais de 110 mil viaturas.

No mesmo comunicado, a CV Interilhas - vencedora esta concessão de 20 anos após concurso público internacional lançado pelo Governo cabo-verdiano - assume estar “satisfeita” com os resultados alcançados também ao longo de 2021, em que realizou “mais de 99% das ligações interilhas previstas”, num total de 4.200 viagens.

“Indicadores que representam um crescimento, face ao período homólogo, de mais 43% de passageiros e de mais 32% de carga, transportados”, refere a empresa.

Dessa forma, acrescenta que transportou ao longo deste ano mais de 508.000 passageiros e 231.000 toneladas de carga, incluindo 56.000 viaturas, “tendo já ultrapassado um milhão de passageiros” desde o início da sua operação.

“Não se perca de vista que poucos meses depois de iniciar a sua operação, em abril de 2020 a CV Interilhas foi terrivelmente afectada - durante mais de um ano - pela crise provocada pela pandemia do covid-19, com quebras de receitas relativas aos passageiros de mais de 80%, o que ainda assim, não impediu que a empresa assegurasse as ligações no país durante esse período, cumprindo escrupulosamente o serviço público concessionado”, sublinha o comunicado.

A empresa recorda que integrou em 2021 mais um navio na operação nas ligações interilhas, o “Dona Tututa”, o segundo em 24 meses, o que permitiu reforçar a “capacidade de transporte de passageiros e mercadorias”. A empresa garante ainda que os navios da CV Interilhas “cumprem rigorosamente as mais exigentes normas” de segurança, estando certificados por “sociedades classificadoras internacionais de topo”, bem como pelas entidades competentes nacionais para o efeito e pelo Instituto Marítimo Portuário.

“Algo que reforça mais uma vez o que bem tem defendido a CV Interilhas: nos navios o que importa não é a sua idade, mas antes o seu estado de conservação, a sua certificação, a sua adequabilidade e a segurança da navegação, bem como o conforto dos passageiros”, acrescenta.

Além dos dois navios adquiridos – “Dona Tututa” em 2021 e “Chiquinho BL” em 2020 -, a empresa opera com navios anteriormente ao serviço nas ligações interilhas, propriedade de armadores que agora são accionistas da CV Interilhas.

“Mantê-los foi uma decisão estratégica do Estado e da concessionária”, justifica a CV Interilhas, afirmando que o objectivo passa por, “durante um período transitório, assegurar a continuidade do serviço”, tendo em conta que “continuam a ser escassos” os navios adequados ao transporte interilhas no arquipélago.

“Pretendeu-se, por outro lado, nesse período transitório garantir uma definição e uma identificação cuidada dos navios mais apropriados a afetar à operação - de modo a que não se voltem a cometer erros passados como a aquisição de navios inadequados como é comprovado por todos os que os utilizam – e pretendeu-se, finalmente, assegurar um período de transição aos armadores que operavam anteriormente de forma a não provocar a interrupção abrupta da sua actividade”, explica ainda a empresa.

Contudo, a CV Interilhas sublinha que no contrato de concessão “não existe qualquer obrigação de a concessionária possuir navios próprios, estando expressamente prevista a possibilidade de os afretar, sendo que apenas com a consolidação financeira da empresa, decorrente da consolidação da sua actividade operacional, esta estará em condições de adquirir os seus próprios navios”.

Afirma também que Cabo Verde possui hoje um sistema de transporte público marítimo interilhas “fiável e devidamente classificado sob os mais elevados standards internacionais, algo nunca anteriormente visto”, o que se traduz na taxa de operacionalidade dos navios, que em 2021 superou os 80%.

“Com especial destaque para o navio ‘Chiquinho BL’ que durante os 365 dias de actividade, registou o transporte de 330.000 passageiros e 44.000 viaturas, sem um único dia de interrupção”, enfatizou a empresa, “um dos principais empregadores” no país, com cerca de 250 postos de trabalho, 99% dos quais cabo-verdianos.

Atendendo ao “quadro de recuperação económica esperado para os próximos anos”, a CV Interilhas aponta que “a continuidade da renovação da frota e dos níveis de serviço requer uma nova reflexão por parte de todos os intervenientes no sistema”, como o Estado, accionistas e clientes, “com o objectivo de se encontrar um novo equilíbrio económico-financeiro para a concessão que lhe permita, designadamente, vir a adquirir os seus próprios navios a breve trecho”.

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Autoria:Expresso das Ilhas, Lusa,17 dez 2021 9:59

Editado porAndre Amaral  em  24 jul 2022 23:28

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