O projecto Ocean Race Village, para acolher a passagem pela primeira vez por Cabo Verde daquela que é a maior regata do mundo, foi apresentado hoje, na cidade do Mindelo, num acto presidido pelo Primeiro-ministro.
De acordo com a arquiteta urbanística, Sandra Galina, responsável pelo planeamento e gestão da obra, no espaço da frente marítima serão instalados os pontões de atracação - que vai ficar como uma infraestrutura já a pensar na Marina de recreio na zona. A zona terrestre será toda reabilitada, pavimentada e tratada para a logística do evento, e posteriormente aproveitada para a construção do futuro clube náutico do Mindelo. O projecto também contempla a requalificação do espaço do “tanquinho d'Matiota”, assim como a ligação entre as zonas da Matiota e da Lajinha por mar, através de uma via pedonal encostada ao muro da Electra.
“Vamos ter a reversão deste espaço para o uso dos mindelenses, dos visitantes e de todos os cabo-verdianos. Também vamos ter como ganho a estrutura que vai ser o nosso clube náutico do Mindelo, para colocar São Vicente novamente na rota dos desportos náuticos, no aumento da capacidade de recepção das marinas recreio. Os pontões vão ficar para futuras para futuras paragens do mesmo evento e de outros. A ligação entre a Lajinha e a Matiota, que se extinguiu com a construção da Electra, vai ser reconstruída”, explica.
Questionada se um ano dá para efectivar o projecto, a arquiteta garante que a equipa envolvida vai fazer de tudo para dar a melhor resposta possível, para que o país possa acolher o Ocean Race, e conseguir que o arquipélago entre definitivamente na rota dos desportos náuticos de recreio.
Cabo Verde na centralidade do desporto náutico internacional
Para o chefe do Governo, a passagem da Ocean Race por Mindelo vai ser forte, pelo que vai acontecer durante e depois do evento mundial.
“Durante os dias em que teremos a regata, teremos ocupação de hotéis, restauração, animação e entretenimento cultural, com vida na cidade e com economia, porque deixa dinheiro a circular. E mais, coloca Cabo Verde na centralidade do interesse do desporto náutico internacional. Estamos a falar de um evento internacional que tem respaldo nas televisões, nas revistas da especialidade, nos jornais, e estaremos no centro do mundo, pelo menos por alguns dias. Depois, é aproveitar ao máximo esta notoriedade que Mindelo e Cabo Verde vão ter com a realização deste evento”, diz.
Ulisses Correia e Silva diz que a cidade está a ser preparada para tirar o maior proveito da passagem da regata, a nível do comércio, eventos, restauração, hotelaria, serviços de entretenimento e de lazer, indústria criativa e animação cultural, musical e Carnaval fora de época.
“Para podermos, de facto, mostrar aqui o que de melhor sabemos fazer: acolher bem em segurança e projectar Mindelo a partir dai”, refere.
Do lado da Câmara de Comércio, o líder, Jorge Maurício, garante que a agremiação empresarial vai contribuir para o sucesso do evento que, segundo diz, vai trazer enormes vantagens.
“Primeiro, a promoção internacional de Cabo Verde, enquanto país, enquanto destino turístico, enquanto destino de investimento, enquanto destino de eventos relacionados com a náutica de recreio. Depois, no plano económico, os ganhos também para todo o mercado e todos os operadores. Do ponto de vista ambiental, através de acções concretas do plano de sustentabilidade que a organização da Ocean Race irá implementar em São Vicente”, aponta.
Mindelo é uma das nove cidades a receber a maior regata do mundo, cuja primeira etapa começa em Alicante, na Espanha, a 15 de janeiro do próximo ano. É a primeira vez que Cabo Verde recebe uma etapa da Ocean Race.