Marcos Rodrigues falava hoje aos jornalistas depois de uma reunião com a UNTC-CS, cujo objectivo era a análise conjunta de como as duas instituições podem contribuir para o reforço do clima de confiança dos agentes económicos e a melhoria da “performance” económica das empresas.
Conforme declarou, a CCS precisa que o mercado funcione e que seja aberto, que o sector público seja mais ágil e que se possa quebrar as barreiras da burocracia, que considera um dos grandes constrangimentos do desenvolvimento.
“Precisamos quebrar um pouco essa burocracia e as burocracias estão nas instituições públicas e nas empresas públicas, essencialmente. E nós precisamos desmaterializar um pouco essas ineficiências, introduzindo novas tecnologias, novas práticas e é isso também que o sector privado pretende perseguir. Mas, é preciso que do outro lado, de onde os actores principais que têm, enfim, a influência de dirigir o mercado que é o sector público, neste caso as instituições públicas, que possam facilitar tudo aquilo que são activos positivos para o desenvolvimento”, frisou.
O presidente da CCS referiu que a guerra entre a Rússia e Ucrânia, que causou o aumento dos preços, preocupa a instituição, uma vez que o “consumo irá arrefecer” e, consequentemente, “arrefecer” a economia.
Neste sentido, disse que o governo deve estar atento e analisar os problemas que existem do ponto de vista das empresas.
“Porque é lá que estão os trabalhadores e é lá que estão os patrões e qualquer deslise que possa existir no mercado em relação ao arrefecimento do consumo, estaremos numa situação complicada de empregabilidade, em que os patrões não podem continuara aguentar a força do trabalho não tendo, enfim, a geração de riqueza”, analisou.
Em relação ao encontro com a UNTC-CS, avançou que foram analisadas questões como a reforma do tecido empresarial cabo-verdiano, a questão da digitalização, da inteligência artificial, robotização e a preparação dos recursos para os novos tempos.
Por outro lado, prosseguiu, está-se a discutir assuntos que têm a ver com a questão do INPS no seu enquadramento e nas suas novas políticas para que sirva as empresas e os trabalhadores.
“Há uma convergência entre a Câmara de Comércio de Sotavento e os sindicatos no que concerne, efectivamente, na orientação dos activos principais das empresas, que são os trabalhadores. É com os trabalhadores que se gera a riqueza e as empresas e os empresários têm de começar também a perceber que investir nos seus activos principais, os trabalhadores, que tem ganhos substanciais”, proferiu.