Óscar Santos fez essa afirmação em declarações à imprensa na antecâmara da sua comunicação subordinada ao tema “A economia mundial e o impacto na economia de Cabo Verde”, no quadro do ciclo de conferências mensais denominado “Finanças em dia”, organizado pelo BCV.
“Não é possível que uma economia como a cabo-verdiana mantenha uma taxa de crescimento de 15 a 17% por ano, não tem estrutura para isso”, afirmou Óscar Santos, apontando que o “normal é que cresça abaixo ou acima do seu potencial, “estimando há alguns anos”, que é de 4,5%.
“Em 2020 a economia teve uma quebra de cerca de 19%, em 2021 recupera 6% e depois supera as expectativas e aumenta 17%, sendo que a perspectiva para 2023 é que cresça 4,1”, explicou Óscar Santos, frisando que o crescimento de 17% verificado em 2022 foi uma circunstância “excepcional”.
Por sua vez, o vice-primeiro-ministro e ministro da Finanças, Olavo Correia, defendeu que do ponto de vista económico é preciso olhar Cabo Verde “de fora para dentro” e advertiu que o mundo está a viver numa tendência de desaceleração económica.
Por isso, apontou que há que se começar a aprender a viver com uma inflação mais alta nos próximos tempos e com o aumento das taxas de juro.
“Este é o mundo que temos à nossa frente. Temos que olhar para a economia cabo-verdiana no quadro deste contexto”, indicou.
O ciclo de conferências é definido como “um espaço de debate, com foco no futuro de Cabo Verde” e todos os meses será realizada uma conferência, com uma comunicação de uma personalidade especialista no tema.
De acordo com uma nota do Governo, pretende-se com esta iniciativa acrescentar conhecimento sobre os principais assuntos da actualidade, mas também dos desafios com que o futuro nos interpela diariamente.