Receitas do Estado disparam nos primeiros quatro meses do ano

PorExpresso das Ilhas, Lusa,22 jun 2023 9:46

As receitas do Estado aumentaram 23,8% até Abril, em termos homólogos, para 18.454 milhões de escudos, impulsionadas pelo crescimento dos impostos arrecadados, indicam dados oficiais.

De acordo com dados do relatório síntese da execução orçamental de Janeiro a Abril, compilados hoje pela Lusa, este desempenho resulta essencialmente do aumento da arrecadação de impostos (22,6% face ao mesmo período de 2022) e nos donativos recebidos.

No documento do Ministério das Finanças, provisório, refere-se ainda que as despesas totais aumentaram 4,7% até Abril, face ao executado um ano antes, para 18.378 milhões de escudos.

O Estado assim, em quatro meses, 28,7% dos 64.986 milhões de escudos das receitas orçamentadas pelo Governo para todo o ano.

Nas receitas, o Imposto sobre o Rendimentos das Pessoas Singulares (IRPS) cresceu 1,8% até Abril, para quase 2.009 milhões de escudos, enquanto o imposto sobre os lucros das empresas (IRPC) aumentou 88%, também em termos homólogos, para 1.284 milhões de escudos.

“A performance de arrecadação resulta do aumento da cobrança de dívidas negociadas em prestações em sede deste imposto [IRPC], que no período totalizou 73 milhões de escudos”, lê-se no relatório.

Nos impostos indirectos, o Imposto sobre o Valor Acrescentado (IVA) continua a recuperar das quedas provocadas pelas consequências da pandemia de covid-19 e da queda no turismo, tendo rendido nos primeiros quatro meses do ano quase 6.764 milhões de escudos, mais 29,4% face ao ano anterior.

As receitas do Estado já tinham crescido 17,5% em 2022, face ao ano anterior, para mais de 53.100 milhões de escudos, sobretudo com o aumento dos impostos arrecadados.

De acordo com dados do relatório síntese da execução orçamental de 2022, noticiados anteriormente pela Lusa, este desempenho resultou do aumento na arrecadação de impostos (29,8% face a 2021) e das contribuições para a segurança social (4,1%).

No documento do Ministério das Finanças é referido ainda que as despesas totais de Janeiro a Dezembro aumentaram 5,4%, face ao executado nos 12 meses de 2021, para mais de 66.777 milhões de escudos.

Cabo Verde recupera de uma profunda crise económica e financeira, decorrente da forte quebra na procura turística - sector que garante 25% do Produto Interno Bruto (PIB) do arquipélago - desde Março de 2020, devido à pandemia de covid-19.

Em 2020, registou uma recessão económica histórica, equivalente a 14,8% do PIB, seguindo-se um crescimento de 7% em 2021 e 17,7% em 2022, impulsionado pela retoma da procura turística.

O Governo pretende elevar o peso da cobrança de receitas fiscais para 30% do PIB, face aos actuais 20%, afirmou anteriormente o vice-primeiro-ministro, garantindo que pode ser feito sem aumentar a incidência.

“Temos a ambição de colocar essa receita fiscal em percentagem do PIB, que anda agora à volta dos 20 a 22%, em 25% numa primeira fase e até pode atingir 30% do PIB numa segunda fase, se as reformas forem empreendidas, sem aumentar a incidência. Apenas combatendo a fuga, a fraude e a evasão fiscais, e aumentando de forma substancial a base tributária, também combatendo a informalidade”, afirmou Olavo Correia.

O também ministro das Finanças defendeu que, para tal, a aposta passará desde logo pelos recursos humanos, mas também pelo combate à informalidade nos negócios.

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Autoria:Expresso das Ilhas, Lusa,22 jun 2023 9:46

Editado porAndre Amaral  em  3 jan 2024 23:28

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