“Após as reduções verificadas em 2020 e 2021 em, respectivamente, 76,3 e 24,9%, a procura turística internacional, medida em termos de entrada de hóspedes não residentes nos estabelecimentos hoteleiros do país, registou uma forte recuperação, crescendo 481,5% em 2022, fixando-se nos 785.272 turistas”, constatou o Banco de Cabo Verde (BCV).
No seu relatório anual sobre o estado da economia, o banco central sublinhou que a actividade turística no país evidenciou um desempenho “bastante favorável” no ano passado, atingindo os níveis pré-pandémicos.
De acordo com a mesma fonte, a performance foi superior ao desempenho mundial do sector, que registou uma queda de 34% em 2022, embora menos expressiva que nos dois anos anteriores, ficando ainda aquém dos níveis pré-pandémicos.
“Todas as regiões do mundo registaram, em 2022, reduções no número de turistas internacionais”, sublinhou o BCV, indicando que no ano passado o principal mercado emissor de turistas para Cabo Verde passou a ser novamente o Reino Unido (36,6%), destronando Portugal, que liderava em 2021.
Depois do Reino Unido, segue-se a Alemanha (13,1%), Países Baixos (10,8%) e Portugal com 9,6%.
“Acompanhando a evolução da procura turística no país, as receitas brutas da actividade turística cresceram 209,7%, após as quedas de 68,1% em 2020 e 13,3% em 2021. Entretanto, as receitas brutas por dormida reduziram-se 41,1%, para os 10.729 escudos por dia”, notou.
No ano anterior, as ilhas do Sal (56%) e da Boa Vista (83%) continuaram a ser os destinos preferidos dos turistas estrangeiros e nacionais, com as maiores taxas de ocupação do país, de respectivamente, 56 e 83 por cento.
“Ambas acolheram 92,6% do total da procura turística, que se concentrou, em grande medida, no terceiro e quarto trimestres do ano. Relativamente à oferta turística nacional, o número de estabelecimentos hoteleiros no país aumentou dos 292 para os 296 estabelecimentos”, prosseguiu o BCV, tendo como fonte o Instituto Nacional de Estatísticas (INE) cabo-verdiano.
No ano anterior, o BCV avançou que a oferta de camas aumentou 4.695 para um total de 28.851 camas, como a ilha de Santo Antão a continuar a liderar a oferta de estabelecimentos hoteleiros (74 unidades, representando 25 por cento do total).
Entretanto, as ilhas do Sal, Boa Vista e Santiago continuaram a liderar a oferta de quartos e camas.
“A capacidade de alojamento aumentou em quase todas as ilhas (com excepção das ilhas de São Vicente e São Nicolau), com destaque para as ilhas do Sal e Boa Vista com, respectivamente, 61,8 e 20,4% do total”, concluiu o banco central.
O turismo representa cerca de 25% do Produto Interno Bruto (PIB) e é considerado o "motor" da economia do país.