António Santos, um dos sócios da Windcredible, explicou, durante o debate, que Cabo Verde é um país “muito rico em recursos eólicos e solares” e, por isso, um mercado interessante para a sua empresa.
A Windcredible, explicou António Santos, desenvolveu uma tecnologia “simples e robusta” que permitiu a criação de turbinas eólicas de pequena dimensão e que poderão ser importantes no fornecimento de energia eléctrica a comunidades isoladas e dispersas. Além disso, assegurou, as turbinas eólicas poderão ser complementares aos sistemas de produção solar existentes no país.
“Nós queremos posicionar-nos também na hibridização. Ou seja, Cabo Verde já disseminou energia solar em vários pontos e tem tido um imenso sucesso, um crescimento e um know-how muito grande nesse campo. Nós, com as nossas turbinas eólicas, queremos acompanhar a energia solar. Como? A nossa tecnologia consegue complementar o trabalho que já havia sido feito até agora e exponenciar o valor do que foi implementado, exponenciar o investimento. Portanto, nós acreditamos que a nossa abordagem não só satisfaz a necessidade energética local, mas também poderá estabelecer, e isso que é muito importante, um modelo para outros países africanos”, apontou António Santos durante a sua intervenção.
Para este empresário, o principal desafio para um sistema energético que depende de fontes renováveis, “é exactamente a sua variabilidade e intermitência. Ou seja, nós podemos a dado momento estar a produzir imensa energia e ela não estar a ser consumida, como podemos ter uma necessidade energética muito grande e não haver produção. E esta situação, em Cabo Verde, é catalisada, exponenciada, devido ao isolamento e à distância entre as ilhas”.
Para António Santos, a solução para esta questão, no arquipélago, passa por tecnologias de armazenamento de energia.
“É importante criar estratégias com as grandes indústrias, criar uma centralização de armazenamento de energia, mas também a nível residencial e de pequenos comércios. Uma das estratégias também utilizadas é a programação do consumo energético. Ou seja, temos de mudar o paradigma e reeducar a nossa sociedade a utilizar a energia quando ela é produzida. Mudar os horários, mudar as formas de estar, mudar um bocadinho a forma de estar na utilização de energia”, concluiu.
O Leadership Summit teve início no dia 7 e decorre na Praia até dia 10 sob o lema 'Sustentabilidade Turística, Energética e Ambiental'.
O evento tem como objectivo "estimular uma abordagem abrangente que motive as lideranças presentes e futuras do país. Empreender um processo de crescimento sustentável nas áreas energéticas, turísticas e digitais", refere a organização.