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Esta ambição foi manifestada hoje pelo presidente Câmara de Comércio de Sotavento, Marcos Rodrigues, durante o Roadshow de Comércio e Negócios 2024, evento promovido em parceria com o Banco Africano de Exportações e Importações (Afreximbank) e que decorre durante dois dias, hoje e terça-feira, na cidade da Praia.
Subordinado ao tema "Catalisar o crescimento da produção local e das exportações no âmbito da implementação do Acordo da Zona de Comércio Livre Continental Africana (AfCFTA)", a iniciativa visa identificar e promover projectos bancáveis em vários sectores para além do turismo.
“O que pretendemos aqui hoje é acrescentar uma nova via aos vários processos de financiamento em Cabo Verde, e com isso dar aos empresários nacionais e aos restantes parceiros do sistema financeiro instrumentos que possam ajudar seriamente a transformação de Cabo Verde em áreas tão específicas e tão importantes como a produção industrial e, consequentemente, a exportação”, reiterou.
Considerando que Cabo Verde “vive ainda aquém daquilo que é normal” num país em vias de desenvolvimento, que é ter indústrias capacitadas para exportar ou para responder a demanda interna, em todos os ecossistemas de desenvolvimento, que “importa resolver”, conforme elucidou, Marcos Rodrigues disse esperar dos empresários uma “capacidade firme” de montarem projectos inovadores e disruptivos.
“Que se faça uma transição da era 3.0 para a era 4.0, embora saibamos que as nossas indústrias em África ainda gravitam na era 2.0. E não podemos continuar a depender sistematicamente, permanentemente e continuamente da importação como factor no desenvolvimento das nossas nações”, observou, comentando que é “preciso romper e criar indústrias altamente capacitadas”.
“E que estejam niveladas àquilo que a nível mundial se produz, na Europa, nos Estados Unidos da América e na China e que possamos com isso dar resposta aos nossos países, dar um novo alento ao desenvolvimento. Não nos importa produzir produtos que depois nos canais internacionais não estão certificados ou não têm certificação (…), não podemos estar a produzir produtos que não obedecem ao design ou à qualidade necessária para competir a nível global”, frisou.
Para isso, destacou a necessidade de os empresários terem foco na área de robotização, inteligência artificial, realidade virtual, realidade aumentada, aspectos que hoje, conforme sublinhou, comportam a transformação das novas indústrias.
“Por isso apelo aos empresários, ao fazerem qualquer tipo de investimento, que tenham assente a questão tecnológica profunda, pensem seriamente na robotização, design e nas outras componentes importantes que as novas indústrias hoje comportam”, elucidou, afiançando que as câmaras de comércio de Cabo Verde “estão empenhadas” em encontrar parceiros como a Afreximbank para ajudar a alavancar esse sistema de desenvolvimento nacional.
“E traz a Cabo Verde oportunidades que devemos abraçar”, concluiu.
Por seu lado, Eric Monchu Intong, diretor de Operações Regional, África Ocidental Anglófona do Afreximbank destacando a parceria do Afreximbank com Câmara de Comércio de Sotavento para acolher este Roadshow na Praia disse que se trata de uma oportunidade para apoiar diversos sectores da economia através da partilha de conhecimentos, programas e mecanismos que fornecem soluções de financiamento inovadoras para aumentar a quota de África no comércio global.
“O nosso compromisso permanece inabalável à medida que procuramos catalisar o desenvolvimento económico através de intervenções estratégicas em todos os sectores. Até à data, a AfreXimbank desembolsou um total de mais de 290 milhões de dólares em instrumentos financiados e não financiados em Cabo Verde desde o seu início", apontou.
"Com investimentos significativos na indústria do turismo, incluindo o financiamento do Hilton Cabo Verde, com 241 unidades, na ilha Sal”, precisou.
