O lançamento do concurso para a construção do navio, cujas características técnicas apontam para 70 metros de comprimento, capacidade para cerca de 300 passageiros e 12 atrelados de 40 pés, deverá acontecer em breve.
A informação foi avançada na tarde desta quarta-feira pelo presidente do conselho de administração da Enapor, Ireneu Camacho, que indica que a empresa será responsável pela gestão de todo o processo.
“Os documentos do concurso estão finalizados, nós contamos que em breve estaremos a fazer a publicação deste concurso a nível nacional e internacional. Temos finalizado o caderno de encargos, que inclui também os termos de arranjo geral de referência, um programa do concurso e também um anúncio do concurso. Contamos ter num prazo de 24 meses o navio a operar nas águas de Cabo Verde”, garante.
A decisão da compra do navio saiu do conselho de ministros desta terça-feira, com o executivo a justificar a medida com a "necessidade de aumentar a quantidade de navios para o transporte público marítimo de modo a dar resposta ao nível de procura". O financiamento está garantido através do banco Mundial, no valor de 2,8 milhões de contos.
Noutra frente, sem avançar datas, Ireneu Camacho indica que o governo está a analisar a possibilidade de aquisição de um navio de segunda mão para reforçar o transporte marítimo inter-ilhas
“A ENAPOR sempre trabalhou em duas vertentes desde o início desse processo, além da construção de um navio de raiz, a primeira tarefa era exactamente a aquisição de um navio de segunda mão para vir de imediato a operar nas águas de Cabo Verde (…) Vamos continuar a procura desse navio, o mercado de navios não é um mercado fácil, temos tido muitas dificuldades para encontrar navios que possam navegar de forma segura e forma rápida entre as ilhas”, afirma.
Questionado se este novo anúncio substitui os quatro navios prometidos pelo governo, que deveriam chegar ao país em 2024, Ireneu Camacho remeteu esclarecimentos para o executivo.
“A ENAPOR está mandatada para lançar o concurso internacional de navios e também ver a aquisição de um navio de segunda mão, portanto, sobre questões que estão relacionadas com a própria resolução (…) Aqui é fundamental perceber que o navio vem para servir os Cabo-verdianos, acreditamos que o governo tem a sua estratégia iremos estar junto com o governo para definir a melhor estratégia de onde, como e quando alocar esses navios”,sublinha.
A CV Interilhas detém desde Agosto de 2019 a concessão do serviço público de transporte marítimo de passageiros e carga, por 20 anos.