A decisão surge na sequência da tomada de posse das instalações da Plataforma de Frio, anteriormente concessionada à ATUNLO CV, e abrange, além do pagamento dos salários em atraso, a normalização da cobertura do INPS, e o pagamento mensal do salário aos trabalhadores até ao recomeço da operação.
"Estamos em negociação com o novo operador privado que pretendemos que venha fazer a gestão da plataforma de frio. Vamos continuar a manter os salários desses colaboradores em dia (...) até à entrada de um novo operador privado", assegura.
Sobre o montante financeiro envolvido no processo, Camacho não avança detalhes, mas sublinha a importância da solução encontrada para garantir os direitos dos trabalhadores.
"Antes de entrar concretamente em valores, eu queria dizer que a ENAPOR, quando toma as suas medidas, é com base em estudos. A medida que foi tomada foi muito bem estudada, muito bem planeada, não cria nenhuma dificuldade financeira à empresa. É um direito deles e foi assinado um contrato de subconcessão e esse contrato diz claramente que a ENAPOR deve assumir as suas responsabilidades perante essas situações. Portanto, aqui mais do que estar aqui a ditar valores é perceber que as situações dos colaboradores da ATUNLO, dessas famílias, ficaram resolvidas a partir de hoje", refere.
Relativamente ao novo parceiro, o presidente da Enapor afirma que as negociações ainda estão em curso e que a previsão é que iniciem as actividades em Maio.
"Nós neste momento, estamos a negociar com três operadores, estamos numa fase muito conclusiva desse processo. Acreditamos que em Maio estaremos a assinar um contrato de subconcessão dessa plataforma, e acreditamos que no final do primeiro semestre estaremos a dar início a essa actividade.
O coordenador do SIACSA, Heidy Ganeto, manifesta-se satisfeito com a resolução do problema dos trabalhadores, mas aponta que a melhoria das condições contratuais continua a ser um desafio.
"Estamos satisfeitos com a forma como o processo decorreu e que culminou com o fecho desta primeira fase porque queremos os trabalhadores no seu local de trabalho, a garantia dos postos de trabalho, principalmente numa ilha onde a taxa de desemprego é elevadíssima e o salário não é grande coisa”, destaca.
De recordar que a ATUNLO foi inaugurada em 2015 como um investimento europeu destinado a colocar o arquipélago na linha da frente das exportações de pescado. As actividades foram suspensas há um ano, deixando cerca de 200 famílias sem salário ou com salários em atraso.