José Manuel Durão Barroso – Presidente da GAVI e ex-Presidente da Comissão Europeia: “Pela primeira vez na História, não somos a entidade mais inteligente do planeta"

PorSara Almeida,17 ago 2025 7:51

Num momento em que “o mundo está dorido”, e sabemos de onde saímos mas não para onde vamos, Durão Barroso, Presidente da Aliança Global para as Vacinas (GAVI) e ex-Presidente da Comissão Europeia traça um retrato sem ilusões da actualidade: direito internacional em colapso, multilateralismo em crise e uma revolução sem precedentes que vai determinar o futuro da humanidade. Em entrevista ao Expresso das Ilhas, o ex-líder europeu rejeita, no entanto, o apocalipticismo e defende um optimismo realista ancorado na capacidade histórica da humanidade para se reinventar. Defende ainda a cumplicidade entre democracias e, acima de tudo, a união de todos em torno dos bens públicos globais, bens esses que são um imperativo comum, acima de qualquer divisão.

Estamos num ponto de viragem histórica. O que, na sua visão, marca este momento? Qual é o Zeitgeist [espírito do tempo]?

Já que usou uma palavra alemã, eu respondo com duas outras: Angst [angústia existencial] e Weltschmerz, que significa “a dor do mundo”. O mundo está dorido. Há um sentimento de dor que tem a ver com esse sentimento de transição. Estamos a abandonar uma ordem, mas não sabemos ainda para onde vamos, o que gera ansiedade, que pode até ter, em alguns aspectos, contornos de angústia. Não é só uma questão geopolítica ou política, é também cultural num sentido amplo. Esta realidade atravessa as nossas sociedades, tanto nas democracias e economias mais desenvolvidas como naquilo a que se chama, talvez de forma simplista, o Sul Global.Esta transição e ansiedade têm a ver também com a própria contestação à legitimidade da democracia. Até há pouco tempo, embora a democracia não fosse universalmente aceite, não era contestada. Mesmo os países não democráticos definiam-se como democracias populares ou em transição. Não contestavam a bondade dos princípios e dos valores democráticos. Hoje, há um desafio a essesvalores. Além disso, surgem questões mais amplas como, sobretudo na juventude, a ansiedade quanto ao futuro do planeta, por causa das alterações climáticas.Em algumas sociedades, esse sentimento chega quase a um alarme existencial. Até já ouvi pessoas, em sociedades desenvolvidas, dizerem que não querem ter filhos, porque não adianta ter filhos numa sociedade que não vai estar pronta para os receber, o que, a meu ver, é uma visão excessiva e apocalíptica. Aliás, o apocalipticismo tem uma grande tradição no pensamento ocidental e surge em tempos de crise. As grandes tendências milenaristas, inclusive os cultos que houve, têm a ver com uma tendência apocalíptica que está muito ligada à tradição judaico-cristã: ao Apocalipse. Não é assim necessariamente em todas as civilizações. Nas civilizações orientais não há essa visão apocalíptica que na Europa e no Ocidente é recorrente e onde já há muito tempo se anda a anunciar o fim do mundo. Esta questão das alterações climáticas é um elemento importante, mas, além disso, há a guerra generalizada, sobretudo desde a invasão da Ucrânia pela Rússia, que é o factor determinante.Temos o maior país do mundo, em termos geográficos, a ocupar um país, destruindo completamente os princípios do direito internacional. Hoje em dia, o direito internacional parece não valer nada, e isso não acontece só na Ucrânia, mas em todo o mundo. E as Nações Unidas estão paralisadas.

Países pequenos, como Cabo Verde, beneficiaram dessa confiança no direito internacional e no sistema multilateral. Que alternativas para estes países face ao actual contexto?

Bom, em primeiro lugar não devemos nunca desistir. Devemos continuar a lutar pelos princípios do direito internacional, embora haja uma recessão democrática e uma recessão jurídica, a nível global. Não podemos desistir, porque são princípios que queremos fazer valer como universais. Mas, sendo realistas, perante um sistema que não vai ficar melhor nos próximos tempos, será cada vez mais difícil. Temos de criar “cumplicidades”. As democracias devem apoiar-se mutuamente, ainda que não possamos querer um mundo dividido entre democracias e “outros”. Isso seria um erro, por exemplo em termos económicos, mas é fundamental manter uma cumplicidade, uma proximidade especial entre as democracias e também com aqueles países que têm interesse numa ordem internacional estável e legítima. Por exemplo, acho que faz todo o sentido uma cumplicidade especial entre a Europa e a África, por razões geográficas, históricas, culturais e até de interesses comuns. Sou suspeito para o dizer, mas também acho que a CPLP, apesar das suas insuficiências, faz todo o sentido. É um caso muito interessante. Temos um país europeu, que é o país de origem da língua portuguesa, e um fundador especial, mas o maior número de países da CPLP está em África: cinco. Temos o maior de todos na América, o Brasil, e temos ainda um na região da Ásia e Pacífico, Timor-Leste. Apesar das insuficiências, que haja entre estes países uma proximidade especial, e que, sem prejuízo das suas diferenças, criem entre si uma comunidade, é significativo. Há outros. O caso da GAVI, é muito interessante. Estamos a lutar contra as pandemias e a promover a vacinação das crianças, sobretudo nos países em vias de desenvolvimento. A saúde pública, aquilo a que chamo bem público global, faz todo o sentido por exemplo quando lutamos contra um vírus, que não precisa de visto para viajar, que não respeita fronteiras. Nesse contexto, não podemos ficar presos a questões políticas ou ideológicas. Nós, por exemplo, ajudamos a distribuir vacinas no Afeganistão, com os talibãs no poder. O que interessa, nessa matéria, não é o regime, é vacinar as crianças afegãs. Aliás, os próprios talibãs querem vaciná-las para evitar doenças infecciosas que de outra forma os matariam. Portanto, é fundamental procurar unir o mundo em torno de objectivos concretos, que são bens públicos globais, e tentar convencer as grandes potências - nomeadamente os EUA e a China - a respeitarem algum espaço para esses bens globais, que deviam estar acima de qualquer consideração geopolítica.

Falou em cumplicidades. Há quem defenda, no actual contexto, uma maior flexibilização nas ligações à UE e novas modalidades de “adesão”?

Acho que pode ser flexível, mas não no sentido da adesão plena, porque o Tratado de Lisboa estipula claramente que, para se tornar membro da UE, um país tem de ser europeu e democrático.

Penso que seria mais no sentido de ampliar o âmbito de ligação, não com o mesmo estatuto de Estados-membros como Portugal ou França…

Isso sim, já está a acontecer. Ainda recentemente houve um acordo especial no plano estratégico com o Canadá. Além de o Canadá fazer parte, como a maioria dos países europeus, da NATO, há um acordo bilateral para questões estratégicas, para além do acordo de comércio livre entre a Europa e o Canadá, cuja negociação foi lançada por mim quando estava na Comissão. Portanto, existem relações especiais que a UE pode ter com países não europeus. Cabo Verde, por exemplo, é um caso especial. A Parceria Especial - que também negociei e pela qual lutei na Comissão, com o governo cabo-verdiano - já é o reconhecimento de alguma especificidade em países que, não sendo geograficamente da Europa, consideramos na Europa como próximos.

Mas irá haver um aprofundamento dessas ligações, nomeadamente com África?

Acho que sim, e que é desejável. E no caso de Cabo Verde, é mais do que evidente. Cabo Verde é um caso de sucesso. Não há nenhum outro país em África, nenhum que eu conheça, onde fosse possível, como aqui aconteceu nas celebrações dos 50 anos da Independência, juntar três ex-chefes de Estado ou de governo. Não se falam; alguns já morreram, outros estão exilados devido a casos de corrupção. O que têm aqui em Cabo Verde, de facto, é algo quase único: um elevado nível de institucionalidade democrática, acompanhado por progresso económico. Cabo Verde está nos 10 primeiros países [africanos] em termos de PIB per capita, o que é notável. Sem arrogância, devem ter muito orgulho no país que construíram.

Recentemente, apresentou o livro de Ulisses Correia Silva, que tem como uma das ideias centrais a resiliência. Da sua experiência internacional, quais são os factores-chave que permitem a uma nação superar crises?

Cada vez mais se fala em resiliência, em grande parte por causa da pandemia. Mesmo os países mais ricos do mundo perceberam que não estavam preparados. Na Europa, por exemplo, tinha-se deslocalizado a produção não só de medicamentos e vacinas, mas também de máscaras e outros equipamentos de protecção.Ou seja, pôs-se todo o acento na eficiência e esqueceu-se a resiliência. Ora, é necessário combinar as duas coisas. Hoje em dia, há uma atenção muito maior à resiliência. Quais as condições? Desde logo uma boa governação, responsável, uma governação que não ponha todo o acento no que é imediato. Uma governação que não ponha o urgente à frente do que é importante. O importante, em primeiro lugar, para qualquer país, é garantir a sua própria segurança, a sua segurança existencial: defender-se a si próprio, estar o menos vulnerável possível a ataques, quer externos, quer internos.

Contávamos com o direito internacional para isso.

Contávamos, mas não chega, como se vê. Razão pela qual na Europa se estão a aumentar exponencialmente as despesas da defesa. Não é desejável, mas é indispensável. Depois, a resiliência também tem muito a ver com aquilo que é o “património de sacrifício” dos povos e isto é uma questão mais complexa. O povo cabo-verdiano, basta vir aqui e perceber, com pouquíssimos recursos naturais, tem um legado de resiliência, de aguentar situações extremas, difíceis. Isso é uma virtude e prepara [para lidar com as crises]. Existe, portanto, um património de sacrifício que é notável, mas também considero que Cabo Verde tem mantido, no essencial, um grande respeito pelos princípios da boa governação. Nos últimos anos isso é mais do que visível através dos resultados conseguidos, incluindo a recuperação após a covid.

Em 2019, numa entrevista sua aqui ao Expresso das Ilhas, alertava para a necessidade de a Europa reforçar a sua autonomia na defesa e na tecnologia. Seis anos depois, isso está a acontecer. Até aqui, a UE apostou sobretudo na cultura, na educação, no soft power. Como é que este novo foco na defesa pode transformar a UE e o seu próprio modus vivendi?

Agradeço que se lembre que já nessa altura defendia isso. Aliás, já defendia na Comissão Europeia, na altura, devo dizer, sem grande sucesso. Por exemplo, quando foi a apresentação das perspectivas financeiras do Orçamento para 2014-2020, eu ainda era Presidente da Comissão Europeia e propus que os investimentos para a investigação, que eram 80 mil milhões de euros previstos para o programa Horizon 2020, fossem para despesas duais. Ou seja, despesas que também pudessem ser usadas para a defesa, que era uma forma de criar sinergias. Fui atacadíssimo por algumas forças, como os Verdes, que me acusaram de ser um militarista que estava a querer transformar a UE numa organização militar. Obviamente, não era essa a minha intenção. Se queremos uma comunidade política - e eu quero a UE como comunidade política -, esta não pode ser ingénua. Sem uma noção diplomática e de defesa, ela não existe verdadeiramente como comunidade política. Pode ser um espaço económico interessante, mas não é uma comunidade política. Agora, é com alguma ironia que vejo os Verdes, incluindo os Verdes alemães, que durante muito tempo foram os maiores críticos da necessidade de defesa, a tornarem-se um dos maiores defensores, nomeadamente por causa dos ataques da Rússia. Eu defendo esta posição há muito tempo e agora, devido à invasão russa e, também, à incerteza em relação à actual administração norte-americana, os europeus estão finalmente a abandonar aquilo que tenho chamado a sua adolescência geopolítica. Já não somos teenagers geopolíticos. Temos de perceber que é necessário sair de casa dos pais e tomarmos conta do nosso próprio futuro. É essencial e espero que esta seja ocasião para tal, muito por força de estímulos externos, que não é que os defenda, mas que são um grande wake-up call, uma grande chamada de atenção, para a Europa se deixar de ingenuidades que podem custar caro.

Também temos assistido, tanto nos países do espaço Schengen, como a nível supranacional, da própria UE, a um certo endurecimento em relação à imigração. Como é que vê esta tendência de fechamento?

Em primeiro lugar, não é um problema europeu: o problema das migrações é um problema mundial. Nos EUA, na Ásia e mesmo em África. Veja-se o que se está a passar entre Moçambique e a África do Sul. A minha posição é muito clara e também já o digo há algum tempo, de uma forma simples: portas abertas, mas não escancaradas. Digo isto pensando na dignidade das pessoas e defesa dos próprios imigrantes. Um imigrante em situação ilegal é uma pessoa vulnerável, que vai ser explorada. Vejamos o caso concreto de Portugal. Portugal precisa de imigrantes, pois se não os tiver, o país pára. Com uma taxa de fertilidade muito baixa e um défice demográfico grave, precisamos de mais imigrantes, pelo menos a curto e médio prazo. A questão é esta: se os portugueses sentirem que essa imigração não está controlada e que o país não é capaz de integrar essas pessoas, então há uma revolta que explica, em parte, alguns fenómenos em Portugal.

Então, há falhas na gestão da migração.

Há falhas em todo o mundo. O que se passou agora em Espanha [ataques a imigrantes em Múrcia, em Julho], e que é horrível, é uma demonstração de que as coisas não foram bem tratadas. Portanto, vamos promover imigração, sou pela abertura, mas imigração regulamentada e devidamente controlada. Tem que se ter a certeza de que quem vem tem trabalho, é capaz de se integrar. E isso varia muito. Por exemplo, defendo que se privilegie a imigração vinda de países de língua portuguesa. Aliás, quando estive no Governo, até através de instituições administrativas, pois nem sempre é necessário legislar, procurei dar prioridade a esses países, não por discriminação, mas porque está comprovado que se integram muito melhor. Com todo o respeito por quem vem de outras partes do mundo, e que não sabem uma palavra de português, sabemos que têm mais dificuldade de integrar-se. Isto não tem nada de xenofobia. Pelo contrário, trata-se de encontrar um equilíbrio. A palavra-chave é mesmo essa: equilíbrio. Não podemos ter as portas completamente escancaradas, porque se as populações sentirem que ninguém está a controlar o processo, revoltam-se. Isso alimenta movimentos extremistas, xenófobos, até racistas e as vítimas vão ser os próprios imigrantes que estão em situação vulnerável. Então, temos que fazer isto bem feito, é possível e acho que se está à procura agora desse ponto de equilíbrio.

Vivemos também um momento em que praticamente todos os temas tocam a inteligência artificial, que teve um boom depois da pandemia. Que oportunidades e desafios a IA representa, sobretudo para países sem recursos naturais?

Acompanho a IA há alguns anos, antes de estar tão na bera como hoje, e conheço muitos dos líderes globais da área. Por exemplo, o meu amigo Demis Hassabis, que ganhou o Prémio Nobel de Química [em 2024], foi um dos criadores da DeepMind. Embora não seja químico, desenvolveu um programa de software baseado em IA que permite avanços notáveis na identificação de proteínas, com grande impacto na medicina. E conheço outros, com quem venho falando há mais de 10 anos, incluindo Henry Kissinger, que morreu recentemente. Não sendo um especialista em IA, foi co-autor de um livro, com Eric Schmidt [que era CEO da Google], e outros, sobre as consequências da IA para a geoestratégia. Não sendo eu próprio um especialista, mas baseando-me no conhecimento que tenho e no diálogo com os verdadeiros peritos, não hesito em afirmar o seguinte: estamos perante uma revolução científica e tecnológica sem precedentes, de maior impacto que a revolução industrial, porque vai modificar praticamente tudo. Não se trata apenas da produção e distribuição de bens e serviços, mas também de sectores não necessariamente económicos, como a medicina, e também, talvez ainda mais importante, as relações entre as pessoas. A cultura no sentido amplo. A IA não é apenas uma tecnologia. É um enabler, algo que permite a própria mudança das tecnologias, e não é sectorial: é transversal. Vai modificar até a capacidade das pessoas aprenderem. As pessoas vão aprender muito mais depressa. Portanto, em princípio é boa, porque vai haver descobertas extraordinárias. Já está a haver, aliás, e acompanho algumas, na área da medicina, por causa do meu papel na GAVI.

Mas…?

Mas, e aqui há um grande mas, apresentam-se vários problemas. A IA, sendo um enabler, facilita não só o progresso científico, mas também o desenvolvimento de armas de destruição. É uma forma de tecnologia para a guerra e há cenários, que não são ficção científica, que já estão a ser considerados pelas grandes potências, e não só, que poderiam levar à extinção de grande parte da humanidade. Há uma hipótese, que não é, repito, ficção científica, que me é dita pelos próprios especialistas, de a IA se separar de humanos e se voltar contra eles. As grandes empresas de IA e os governos que as estão a desenvolver têm cenários para o caso de máquinas que criaram se voltarem contra si e escaparem. E já o tentaram. Criam linguagem entre elas, põem na cloud, fora do controlo dos seus criadores e estes têm dificuldade em compreender o que está a passar. É uma coisa, de facto, transformativa, até do ponto de vista filosófico. Até hoje, nós, seres humanos, homo sapiens, pensávamos que éramos a maior inteligência no planeta. Para os crentes, há Deus acima dos homens, mas não havia nada mais. Agora, há uma inteligência, que embora tenha sido criada pelo homo sapiens, é capaz de resolver problemas que nós não só não somos capazes de resolver, como, em alguns casos, não entendemos como é que ela os consegue resolver. Deixando de lado a questão teológica, é a primeira vez na História que a humanidade se dá conta de que não é a entidade mais inteligente do planeta e isto tem consequências extremamente dramáticas. Voltando à sua pergunta. Os países, independentemente da sua dimensão, têm inteligência. As pessoas têm inteligência. Não é inevitável que os países mais pequenos fiquem para trás. Alguns dos que mais estão a investir na IA são pequenos, ainda que ricos, como os países do Golfo. Não são só os EUA e a China; a Europa também está a investir, mas está claramente atrás. Em alguns casos, há o chamado leapfrogging: países sem recursos naturais, mas com inteligência e capacidade, que se conseguirem entrar nas redes internacionais podem saltar algumas barreiras e até ultrapassar países mais ricos.Gostei de ver em Cabo Verde a abertura à inovação. Na minha anterior visita, em 2019, participei num evento de economia digital, e visitei agora o TechPark. Essa abertura é muito importante. A maioria dos países, incluindo Cabo Verde, não tem capacidade para investir na IA, mas tem capacidade para acompanhar o que os outros fazem e entrar nos circuitos da IA, se for necessário.

Para terminar, perante todo este cenário, como não cair numa visão apocalíptica, como manter algum optimismo?

Quando pensamos historicamente, a verdade é que a humanidade está hoje muito melhor do que estava há 10, 20 ou 50 anos. Por exemplo, a esperança de vida. Em Portugal, em meados do século passado, não chegava aos 50 anos, é hoje de 82. Então, olhando os indicadores macro, que para mim são os mais importantes - mais importante que o PIB per capita são o desenvolvimento social e cultural -, estamos muito melhor, apesar de ainda haver grandes carências. É verdade que devemos estar atentos, porque muitos destes desafios representam ameaças existenciais, mas tenho uma grande fé, por mais ambígua que esta palavra possa ser, na capacidade da humanidade de reinventar-se para enfrentar os desafios.

Texto originalmente publicado na edição impressa do Expresso das Ilhas nº 1237 de 13 de Agosto de 2025.

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Autoria:Sara Almeida,17 ago 2025 7:51

Editado porJorge Montezinho  em  19 ago 2025 16:19

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