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O turismo de alto valor acrescentado é um objectivo assumido, mas o sector tem crescido à volta de micro projectos que não trazem riqueza suficiente nem criam os empregos qualificados necessários para estancar a saída dos jovens. O turismo em Santo Antão vive nesta encruzilhada e ou há decisões rápidas ou corre-se o risco das opções surgirem demasiado tarde.
Também neste número, a entrevista com o autarca Clemente Garcia: “2018 vai ser um ano fundamental para São Domingos”. O município de São Domingos foi criado no dia 13 de Março, há 24 anos, mas continua um dos mais pobres de Cabo Verde. Situação que o actual presidente da câmara local pretende reverter através de uma forte aposta no turismo, que considera o motor do desenvolvimento de São Domingos. Nas suas palavras, não são investimentos que se fazem de um dia para outro, mas assegura que já há financiamentos para materializar alguns dos projectos estruturantes para o desenvolvimento deste sector, nomeadamente a requalificação da orla marítima da zona balneária e o melhoramento da via de acesso que vai da Variante/Santa Cruz à Praia Baixo, projectos que deverão arrancar este ano, assim como a requalificação da zona de Alcatrazes, na freguesia de Nossa Senhora da Luz, sede da segunda capitania edificada pelos portugueses na ilha, após a sua descoberta. Clemente Garcia aborda ainda nesta entrevista a questão da falta de água agravada pela escassez de chuva o ano passado e a implementação do plano para mitigação do mau ano agrícola.
Transformação Digital da Embaixada de Cabo Verde em Portugal. Eurico Monteiro: “Não estamos a falar apenas de um projeto, mas de coisas concretas que estão a ser feitas”. Há mais cabo-verdianos na diáspora do que no território nacional. Garantir-lhes um serviço público de qualidade é um desafio do Estado e passa necessariamente por uma maior descentralização. Em Portugal o processo de transformação dos serviços consulares criou já uma capacidade técnica que permite, por exemplo, a “validação e emissão de passaportes para toda a diáspora cabo-verdiana”. O embaixador Eurico Monteiro fala do projecto de Transformação Digital, que está em construção, mas tem já “vários ganhos consolidados”. Os números assim o mostram e o intuito de transformar a embaixada num verdadeiro “portal do cidadão”, é cada vez mais uma realidade.
Ainda Robert Jarrett, do The Resort Group: “Cabo Verde terá a minha atenção durante, pelo menos, mais uma década”. Chegou a Cabo Verde numa altura em que pouca gente conhecia este destino turístico, mas não se considera um pioneiro. Com o seu The Resort Group, construiu quatro dos maiores empreendimentos turísticos do arquipélago, criou parcerias estratégicas de referência e trouxe um contributo destacado para o PIB do país. Viu o sector do turismo expandir-se, mas para Robert Jarrett, há espaço para um crescimento exponencialmente maior. “Cabo Verde está apenas a começar”, diz confiante. Da sua parte os investimentos vão continuar e por bastante tempo.
Olavo Correia, ministro das Finanças negou, esta terça-feira, ter qualquer participação accionista na Tecnicil e acusou o PAICV de o querer denegrir. A Tecnicil foi, em Junho do ano passado, alvo de um aumento de capital com a entrada de um novo accionista.
No interior, a opinião do antigo director do SIR, António Nascimento, sobre o desaparecimento de pessoas em Cabo Verde; de Eurídice Monteiro, A invenção de Wakanda; de Manuel Brito-Semedo, sobre os 75 anos do naufrágio do veleiro Matilde; e de Adriana Carvalho, Eleição de Reitor da Universidade de Cabo Verde: requer-se uma cultura de exigência.
