Para mitigar os impactos sócio-economicos da pandemia de COVID-19 e, particularmente, evitar a perda massiva de postos de trabalho e rendimentos, o governo estipulou uma série de medidas excepcionais, entre as quais se destacam os chamados lay-offs. A última de duas fase do regime simplificado de suspensão de contrato de trabalho, terminou a 30 de Setembro e um nova proposta vai ser em breve discutida no Parlamento. Este é o balanço das fases anteriores e antevisão do que aí vem.
“O lay-off permitiu salvaguardar 17 mil postos de trabalho”, anunciou, na passada quinta-feira, o ministro das Finanças, Olavo Correia, aquando da apresentação do Orçamento do Estado para 2021. Patrões e sindicatos são unânimes em defender que esta foi uma medida positiva e que permitiu aos trabalhadores manterem, ainda que parcialmente, o seu rendimento e o seu posto de trabalho. No entanto, as perspectivas para 2021 não são animadoras.
Também em destaque a entrevista com o arquitecto César Freitas. O tema é o urbanismo e para este arquitecto a “forma como o país concebe o seu desenvolvimento provoca uma enorme pressão sobre a Cidade da Praia”. As cheias e inundações provocadas pelas chuvas torrenciais do mês de Setembro que fustigaram quase todas as ilhas do país e provocaram estragos avultados sobretudo na Cidade da Praia puseram a nu as fragilidades do sistema provocadas pela forte pressão humana sobre o território e sobre as infraestruturas. Em entrevista ao Expresso das Ilhas o ex-bastonário da Ordem dos Arquitectos aborda vários aspectos ligados à política nacional da habitação e ao ordenamento do território que estão na base dos estragos verificados. “Quando acontecem chuvas torrenciais com este tipo de danos temos de pôr em causa todo um sistema que não funcionou”, aponta o arquitecto.
Outro tema que merece chamada à primeira página é a comemoração do Dia Mundial da Visão. A efeméride é comemorada anualmente na segunda quinta-feira de Outubro. A data, criada pela Organização Mundial da Saúde, chama a atenção para os perigos à visão, como a cegueira e a deficiência visual. Nesta edição do Expresso das Ilhas falamos com o poeta Osvaldo Osório, que conta a sua experiência na primeira pessoa, com o presidente da ADEVIC, Marciano Monteiro, que pede mais políticas de inclusão, e com a especialista Isabel Tavares, que, por seu turno, pede mais atenção com os olhos.
Outro dos destaques desta semana vai para o anuncio feito pelo governo sobre a reabertura das fronteiras de Cabo Verde. Apesar disso, oito pessoas morrem desde o início do mês vítimas de COVID-19. A última foi registada esta terça-feira, em São Filipe, Fogo, elevando o total para 69 óbitos. Ao todo há um total de 6518 casos positivos acumulados dos quais 815 são casos activos.
Por último as reivindicações da Associação Sindical dos Magistrados do Ministério Público (ASSIMP) que defendeu esta segunda-feira que a actuação dos magistrados do Ministério Público (MP) deve ser isenta de assédios ou interferências “indevidas”, em especial da influência política. A posição da associação vem na sequência das intervenções sobre o processo Fundo de Ambiente.
No interior destaque ainda para os artigos de opinião de Nilton Correia com “A problemática das cheias e inundações na Cidade Praia é a falta de infraestruturas!”; de Eurídice Monteiro com “Busto de Gandhi: Um Presente Envenenado”. Silvino Lima com “Uma solução ou extravagância”; Carlos Gonçalves com “O glorioso futebolista do Benfica e histórias de gente conhecida da Praia” e ainda Luís Carlos Silva com “Orçamento do Estado 2021: com os olhos na Pós-Pandemia”.
Com esta edição, o Expresso das Ilhas inicia a publicação de uma série de três cadernos especiais dedicados às autárquicas de 2020.
Agendadas para 25 de Outubro, as eleições autárquicas permitirão aos eleitores a escolha dos representantes do poder local, nos 22 municípios do país.
Os três cadernos publicados pelo Expresso das Ilhas permitirão conhecer as propostas das diferentes candidaturas em cada um dos concelhos.
Este primeiro caderno contempla as candidaturas aos municípios de Brava, Mosteiros (Fogo), Santa Catarina (Fogo), São Filipe (Fogo), Sal e Boa Vista.
Na próxima semana, na edição de 14 de Outubro, conheceremos as principais ideias defendidas pelas candidaturas nos municípios de São Vicente, Porto Novo (Santo Antão), Paul (Santo Antão), Ribeira Grande (Santo Antão), Tarrafal (São Nicolau) e Ribeira Brava (São Nicolau).
Finalmente, a 21 de Outubro, encerraremos o ciclo com um terceiro, e último, caderno inteiramente dedicado aos concelhos da ilha de Santiago.
A produção destes cadernos é possível graças ao apoio da Comissão Nacional de Eleições.
Uma última nota para as ilustrações que farão capa das três edições, todas assinadas pelo artista plástico Yuran H.