Tecnologia mRNA chega à gripe (com mira numa mega-vacina única)

PorExpresso das Ilhas,18 jul 2021 15:14

Ensaios clínicos da farmacêutica Moderna iniciaram-se esta semana com 180 voluntários. Caso os resultados sejam satisfatórios – e estejam em linha com a eficácia demonstrada contra a covid-19 –, a nova vacina poderá representar uma revolução na luta contra os vírus respiratórios sazonais.

A farmacêutica Moderna anunciou que começou esta semana os primeiros ensaios clínicos da sua primeira vacina contra a gripe produzida através de tecnologia mRNA.

O plano da empresa é, de acordo com o site zap.aeiou.pt, testar o fármaco em aproximadamente 180 voluntários durante a fase 1/2 – que irá decorrer de forma aleatória, estratificada e “cega” no que respeita à selecção dos voluntários. Em observação, entre outros critérios, estará a segurança, a possibilidade da administração de diferentes doses e as respostas imunitárias.

De acordo com a informação disponibilizada pela empresa norte-americana, a vacina mRNA-1010 tem como alvo as quatro estripes dominantes de gripe que circulam todos os anos, tal como acontece com as vacinas actualmente no mercado.

As quatro variantes em causa são as identificadas pela Organização Mundial de Saúde como os principais alvos da prevenção da doença.

Caso se comprove a sua eficácia em ensaios posteriores, a farmacêutica planeia agregá-la com três outras vacinas, também desenvolvidas a partir de mRNA, para criar uma vacina anual de toma única, avança o Arstechnica.

Para além da gripe, esta vacina combinada também seria direccionada para outros vírus respiratórios que circulam frequentemente com a gripe, como é o caso do vírus respiratório da gripe (RSV) e o metapneumovírus humano (hMPV) – assim como a SARS-Cov-2, que os especialistas consideram poder tornar-se sazonal.

Atualmente, não existem vacinas licenciadas contra a RSV ou o hMPV.

“Acreditamos que as vantagens das vacinas mRNA incluem a capacidade de combinar diferentes antigénios que permitem a protecção contra múltiplos vírus e uma rápida resposta para a evolução constante dos vírus respiratórios, como a gripe, a SARS-Cov-2 e a RSV”, explicou Stéphane Bancel, CEO da Moderna, em comunicado, citado pela mesma fonte.

As vacinas actualmente disponíveis oferecem uma baixa eficácia, na ordem de 40 a 60%, valores que a farmacêutica americana espera conseguir superar, com base nos resultados obtidos nos ensaios da vacina contra o novo coronavírus — a qual apresenta 94% de eficácia.

Texto originalmente publicado na edição impressa do Expresso das Ilhas nº 1024 de 14 de Julho de 2021. 

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Autoria:Expresso das Ilhas,18 jul 2021 15:14

Editado porNuno Andrade Ferreira  em  2 mai 2022 23:20

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