A sessão desta quarta-feira no Conselho de Segurança abordou desafios contemporâneos complexos para a paz e a segurança internacionais.
Para o chefe das Nações Unidas, os perigos das armas nucleares tornaram-se novamente uma prioridade. Segundo ele, as tensões são maiores hoje do que no fim da Guerra Fria.
António Guterres também citou a mudança climática como um multiplicador de ameaças. Para o secretário-geral, a escassez de água é uma preocupação crescente tendo em conta que em meados deste século a demanda pelo recurso aumentará em mais de 40%.
O secretário-geral disse que a desigualdade e a exclusão alimentam a frustração e a marginalização.
Outros perigos que crescem são os da cibersegurança onde ganhos em avanços tecnológicos facilitaram que extremistas se comuniquem, espalhem informações distorcidas, recrutem seguidores e explorem pessoas.
Guterres defendeu que, a longo prazo, o número de conflitos armados diminuiu. Entretanto, no Oriente Médio e em partes da África estes surgiram.
Em relação à forma como se apresentam os conflitos, o chefe da ONU frisou que estão se tornando mais intratáveis e mais longos e "duram mais de 20 anos em média".
Para ilustrar a sua complexidade, Guterres disse que grupos armados competem para controlar instituições estatais, recursos naturais e territórios. Ele disse que extremismo e demandas absolutistas deixam pouco espaço para a diplomacia.
O mundo observa uma multiplicação de facções políticas e grupos armados não estatais havendo centenas deles apenas na Síria. O chefe da ONU disse haver também um aumento na regionalização e na internacionalização dos conflitos.
Além de frisar a mudança em quantidade e qualidade nas ameaças à paz e à segurança internacionais, Guterres destacou que a mudança da natureza dos conflitos significa que sejam repensadas as abordagens da Organização.
Para o chefe das Nações Unidas, a prevenção deve estar no centro de todas as acções da organização.
A prevenção também inclui a diplomacia preventiva esforços para responder prontamente a sinais de tensão e forjar soluções políticas. E a necessidade de unidade por parte do Conselho de Segurança.