"Lamentavelmente, não esteve presente um dos principais actores políticos. Por isso, temos a consciência clara que sem a presença de todas as partes é sempre difícil encontrar uma solução", afirmou Braima Camará, do denominado grupo dos 15 (dissidentes, mas sua excelência, o senhor Presidente da República, marcou uma nova data, na próxima terça-feira", afirmou.
Para Braima Camará, a próxima terça-feira será uma "oportunidade de todos os atores políticos com elevado sentido de Estado e de patriotismo" reconsiderarem as suas posições para que se possa encontrar uma saída "mais consensual para que o país possa arrancar e sair definitivamente da crise, porque o povo está cansado".
"Orgulho a mais e radicalismo não nos leva a lado nenhum, por isso é que nós, grupo dos 15, vamos acompanhar o Presidente da República em todas as circunstâncias, em todos os contextos, na busca de uma saída airosa desta crise", afirmou.
A pedido da sociedade civil, a Presidência da Guiné-Bissau realizou hoje um encontro com o chefe de Estado guineense, José Mário Vaz, para tentar arranjar uma solução para o impasse governativo que o país atravessa.
O Presidente empossou a 31 de Janeiro o sexto primeiro-ministro do país, Artur Silva, mas passados mais de 40 dias o novo Governo ainda não foi anunciado.
No encontro, participaram elementos da comunidade internacional, sociedade civil, entidades religiosas, grupo das mulheres facilitadoras, o Partido de Renovação Social e o grupo dos 15 deputados expulsos do Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC).
O encontro ficou marcado pela ausência do PAIGC, vencedor das legislativas de 2014, do Partido da Convergência Democrática (PCD), União para a Mudança (UM) e Partido da Nova Democracia, todos partidos com representação parlamentar e signatários do Acordo de Conacri.
O Acordo de Conacri é um instrumento político, patrocinado pela Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental, assinado em outubro de 2016 pelos cinco partidos com assento parlamentar, líder do parlamento e grupo de 15 para acabar com a crise política no país.
Na sequência do não cumprimento do Acordo de Conacri pelas autoridades da Guiné-Bissau, a CEDEAO decidiu impor sanções a 19 individualidades guineenses, incluindo a Braima Camará.