O primeiro dos ataques, perto de Damasco, teve como objetivo um centro de investigação científica utilizada, segundo o chefe de Estado Maior Conjunto dos EUA, general Joseph Dunford, para a "investigação, desenvolvimento, produção e testes de armas químicas e biológicas".
O segundo objectivo dos EUA e aliados europeus foi um depósito de armas químicas situado a oeste de Homs, que segundo Dunford armazenava as principais reservas de gás sarin nas mãos do governo de Asad.
Por último, os três países atacaram um outro armazém de armas químicas e um "importante centro de comandos", ambos situados perto do depósito de armas químicas a oeste de Homs.
"Os objectivos que foram atacados e destruídos estavam associados ao programa de armamento químico do regime sírio. Também seleccionámos objectivos que minimizassem o risco para civis inocentes", afirmou Dunford em conferência de imprensa.
O ministério da Defesa do Reino Unido indicou que quatro aviões de combate Tornados da Força Aérea Real (RAF) participaram no ataque "com êxito" na Síria contra um armazém militar do regime de Bashar Al Asad.
Os aparelhos britânicos foram lançados como parte da missão coordenada entre o Reino Unido, os EUA e a França para lançar mísseis contra uma antiga base militar síria, situada a cerca de 24 quilómetros a oeste da cidade de Homs, revelou o ministério.
Os ataques dos aviões foram feitos depois de se ter confirmado que aquela base militar era usada pelo regime de Asad "para guardar precursores de armas químicas que estavam a ser armazenados infringindo as obrigações da Síria pela Convenção de Armamento Químico".
NATO apoia
Numa reacção, o secretario geral da NATO, Jens Stoltenberg, disse já hoje apoiar o ataque conjunto. Stoltenber considerou que tal "reduzirá a capacidade do regime" de Asad de voltar a atacar a população com este tipo de armas.
"A NATO condenou sistematicamente o uso continuado por parte da Síria de armas químicas como uma clara violação das normas e acordos internacionais", afirma o secretário geral numa declaração publicada na página da Internet da NATO.
Sublinha que o uso de armas químicas "é inaceitável" e os seus responsáveis devem ser responsabilizados por isso.
A organização considera que a utilização deste tipo de armas é uma ameaça à paz e segurança internacionais e que "é essencial proteger a Convenção sobre Armas Químicas", o que exige "uma resposta colectiva por parte da comunidade internacional", acrescentou.
Rússia avisa
Por seu lado, o embaixador da Rússia em Washington, Anatoli Antónov, avisou, entretanto, que o ataque lançado contra a Síria pelos EUA, Reino Unido e França "não ficará sem consequências".
"Os piores presságios cumpriram-se. Não ouviram as nossas advertências. Voltaram a ameaçar-nos. Tínhamos advertido de que estas acções não ficarão sem consequências. Toda a responsabilidade recai em Washington, Londres e Paris", afirmou Antonov numa declaração oficial difundida pela embaixada.
O chefe da delegação diplomática russa em Washington qualificou de "inadmissíveis" as palavras do presidente dos EUA, Donald Trump, sobre a responsabilidade de Vladimir Putin no suposto ataque com armas químicas contra a cidade síria de Douma.
"Os ataques ao presidente [Vladimir Putin] são inaceitáveis e inadmissíveis. Os EUA, um país que têm o maior arsenal de armas químicas do mundo, não têm o direito moral de culpar outros países", assinalou Antónov.