Convidado da última edição no Programa Panorama 3.0, da Rádio Morabeza, José Pedro Teixeira Fernandes considera que os relatórios apresentados sobre o alegado ataque de 7 de Abril são inconclusivos.
“Quando vemos os relatórios, a sensação com que se fica quando se lê, e estou a pensar concretamente no caso do relatório que a França publicou, onde considerou ter provas do tal ataque, ficamos com a ideia de que no fundo há uma elevada probabilidade de ter, sim, mas não há provas inequívocas de que foi exactamente assim, no sentido da imputação da responsabilidade dos contornos do ataque”, explica.
A guerra síria teve início em 2011, com os protestos contra o governo de Bashar al-Assad, que reivindicavam um sistema político mais democrático. O já longo conflito evoluiu actualmente para aquilo que muitos chamam de confronto de poder internacional, no qual estão envolvidas potências como EUA, Turquia, Rússia, Arábia Saudita e Israel.
“A Arábia Saudita, tem interesse em ter fundamentalmente um governo do Islão Sunita e também derrubar Assad. O Irão, o grande país Xiita do Médio Oriente, que desde o inicio do conflito sempre esteve ao lado do Assad. A Rússia, que procura reproduzir uma influência que tinha nesta região nos tempos da União Soviética. Os Estados Unidos, mais uma vez aqui procurando também ter um papel em tudo o que é questão importante do Médio Oriente", exemplifica.
O conflito na Síria já causou mais de 350 mil mortos. Entre as vítimas mortais estão cerca de 20 mil crianças.