Apesar de o grau de alerta não chegar ao nível de emergência, como já aconteceu em 2016, há sinais de escassez ao nível da agricultura de subsistência, da qual depende a maioria dos moçambicanos.
"Devido a uma fracassada campanha agrícola de 2017/18, os agregados familiares mais pobres não têm acesso a rendimento aos níveis habituais no interior de Gaza, Inhambane, norte de Maputo, sul de Tete e partes das províncias de Manica e Sofala", refere a Rede de Sistemas de Alerta Antecipado de Fome (FEWS Net, sigla inglesa).
A situação faz com que estas zonas estejam sob 'stress', o segundo nível de alerta numa escala de cinco, face ao risco de insegurança alimentar.
"Indicadores de 'crise' (terceiro nível de alerta) já são visíveis no distrito de Chigubo, na província de Gaza, e devem surgir em junho nas áreas semiáridas do Sul e do Centro", que são, no essencial, as zonas já em ‘stress'.
Chigubo é "o distrito mais vulnerável, por ter menor quantidade de recursos hídricos", acrescenta.
Uma avaliação rápida em áreas remotas da província de Gaza, a Sul, concluiu que "na maioria das áreas não houve colheita principal ou que o seu rendimento está significativamente abaixo da média".
Apesar do cenário, os preços dos alimentos básicos estabilizaram ou seguem em sentido descendente, acrescenta o documento.
"Os preços do grão de milho, em abril, ficaram 23% a 26% abaixo da média de cinco anos e dos preços do ano passado respetivamente".
A rede FEWS Net foi criada pela Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (Usaid) em 1985 para apoio à tomada de decisões na gestão de apoio humanitário.
O risco de insegurança alimentar é classificado de acordo com uma escala de cinco níveis: risco mínimo, 'stress', crise, emergência e fome.