O texto, concluído em 2015 com Teerão após uma década de tensões, destina-se a garantir a natureza estritamente pacífica do programa nuclear iraniano e permitiu o levantamento progressivo de sanções económicas impostas ao país.
A China, a Rússia e a União Europeia (UE), signatárias do acordo, tentam neste momento mantê-lo em vigor, após a sua denúncia unilateral norte-americana, decidida pelo Presidente, Donald Trump, a 08 de maio.
Os Estados Unidos anunciaram igualmente a reposição das sanções contra a República Islâmica.
O Presidente Rohani reunir-se-á com o homólogo chinês, Xi Jinping, à margem da cimeira dos chefes de Estado da Organização de Cooperação de Xangai (OCS), que se realiza a 09 e 10 de Junho em Qingdao (leste), anunciou o ministro dos Negócios Estrangeiros chinês, Wang Yi.
O Presidente russo, Vladimir Putin, estará igualmente presente na cimeira, precisou Wang.
A OCS é uma organização intergovernamental regional que agrupa oito países, entre os quais várias ex-repúblicas soviéticas da Ásia Central, a Rússia, a China e a Índia.
O Irão tem o estatuto de Estado observador.
O chefe da diplomacia chinesa não indicou se o acordo sobre o programa nuclear iraniano figurará na agenda da cimeira, mas a China, principal parceiro comercial do Irão e um dos principais compradores de petróleo bruto iraniano, manifestou a vontade de continuar a trabalhar com Teerão, apesar da retirada norte-americana do acordo internacional.
As empresas chinesas poderão reforçar as suas actividades no Irão na sequência da retirada prevista das companhias norte-americanas e a provável retirada das empresas europeias ameaçadas de sanções por Washington.
A UE, a China e a Rússia desejam que o Irão se mantenha no acordo, mas Teerão indicou que aguarda medidas concretas por parte dos europeus para decidir se o acordo pode ser salvo, ameaçando, em caso contrário, relançar o seu programa de enriquecimento de urânio.
Ao retirar os Estados Unidos do acordo, Trump justificou a decisão afirmando que este é demasiado brando quanto ao programa nuclear e não abrange os mísseis balísticos de Teerão, nem as suas intervenções directas ou indirectas em diversos conflitos regionais, como o do Iémen e o da Síria.