O presidente americano assinou na quarta-feira um diploma que acabou com a separação das famílias de imigrantes ilegais à chegada aos Estados Unidos, mas avisou que iria continuar a apostar numa política de "tolerância zero".
A ordem executiva prevê que pais e filhos fiquem todos detidos no mesmo espaço e por tempo indeterminado. No caso de menores já separados de suas famílias, a reunificação depende do resultado do processo de deportação dos pais, diz o novo plano do governo.
Há duas opções: se um juiz determinar que o pai tem o direito de pedir asilo, as autoridades devem entregá-lo ao filho; mas se, pelo contrário, for decidido que o pai deve ser deportado, então ele só pode voltar a ter a custódia da criança quando está prestes a ser expulso dos Estados Unidos.
Actualmente, os pais estão sob custódia nos centros administrados pelo Serviço de Imigração e Alfândega (ICE), enquanto as crianças estão nos abrigos do Departamento de Saúde e Serviços Humanos, que tem jurisdição sobre menores imigrantes
Donald Trump tem recebido duras críticas, até do Partido Republicano, por ter instaurado uma política de "tolerância zero" que levou à separação de crianças imigrantes dos respectivos pais e que, segundo os seus críticos, pretendia dissuadir a imigração de mexicanos para os Estados Unidos da América.
No comunicado divulgado hoje, o Departamento de Segurança Interna dos EUA esclarece que, até 20 de Junho, o Departamento de Saúde e Serviços Humanos tinha 2.053 crianças sob sua custódia, embora apenas 17% fossem separadas de seus pais, enquanto os restantes correspondiam a crianças que viajaram sozinhas
A reunificação dos 522 menores foi realizada pelos serviços de Alfândega e Protecção das Fronteiras (CBP), agência que processa os indocumentados quando chegam ao país.
O CBP tinha planeado juntar 16 outras crianças com seus pais na sexta-feira, mas a reunião teve que ser adiada devido às más condições climatéricas e possivelmente ocorrerá nas próximas 24 horas, de acordo com a nota.
Neste sábado, Donald Trump regressou ao debate migratório com um polémico discurso em Las Vegas em que garantiu que, sem as suas duras políticas migratórias, "milhões de imigrantes" atravessariam ilegalmente a fronteira com o México.
"Se mostrarmos qualquer fragilidade, virão milhões", assegurou Trump num casino em Las Vegas, onde o público repetia o seu nome e lhe pedia, aos gritos: "Construa o muro!".