Em causa, enuncia Glória Batalha, está a participação de Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique e São Tomé e Príncipe, os cinco países africanos entre os oito que fazem parte do Fórum de Macau, uma plataforma de cooperação multilateral entre a China e os países de língua portuguesa.
O Fórum de Macau foi criado em Outubro de 2003, por iniciativa do Governo chinês com o objectivo de impulsionar e fomentar as relações comerciais e culturais entre a China e oito países de língua portuguesa, procurando privilegiar Macau como plataforma entre estas economias.
Em quase duas décadas, as relações comerciais dos países de língua portuguesa com a China registaram um aumento significativo, muito por culpa da acção do Fórum de Macau.
Se em 2002, antes do estabelecimento do Fórum, o valor global das trocas comerciais era de cerca de 6.000 milhões de dólares (cerca de 5.100 milhões de euros), em 2017 foi de 117,6 mil milhões de dólares (cerca de 101 mil milhões de euros).
Já o investimento directo da China nos países lusófonos passou de 56 milhões de dólares em 2003 (48,3 milhões de euros), para cerca de 5.700 milhões de dólares em 2016 (4.900 milhões de euros), sendo que o investimento total da China nestes países é de 50 mil milhões de dólares (43,1 mil milhões de euros).
A terceira edição do Fórum de Cooperação China-África (FOCAC) deverá juntar em Pequim, entre 03 e 04 de Setembro, dezenas de chefes de Estado e de Governo do continente africano.
A cimeira contará com três novos países: São Tomé e Príncipe, Burkina Faso e a Gâmbia, que elevam assim para 53 o número de nações africanas com relações com a China.
Desde 2015, a média anual do investimento directo da China no continente fixou-se em 3.000 milhões dólares (2.500 milhões de euros), com destaque para novos sectores como indústria, finanças, turismo e aviação.
O primeiro Fórum de Cooperação China-África aconteceu em Pequim, em 2006, e a segunda edição decorreu na África do Sul, em 2015.