Num dos discursos que marcou a abertura do evento em Pequim, António Guterres sustentou que a relação entre a China e os países africanos pode ser crucial para garantir "uma globalização justa" e um desenvolvimento inclusivo, uma prioridade para as Nações Unidas.
"Este fórum (...) é a concretização de duas principais prioridades das Nações Unidas: de perseguir uma globalização justa e promover um desenvolvimento que não deixe ninguém para trás", sublinhou.
O desenvolvimento sustentável, o reforço da boa governação, o aprofundamento da cooperação entre os países do hemisfério sul, a concretização de políticas fiscais que promovam o progresso e combatam a corrupção e a lavagem de dinheiro são desafios fundamentais que se colocam em África, afirmou o secretário-geral da ONU.
"Juntos, China e a África podem unir o seu potencial para assegurar um pacífico, durável e equitativo progresso para benefício de toda a Humanidade", defendeu.
O Presidente chinês, Xi Jinping, anunciou hoje, na abertura da cimeira do FOCAC, em Pequim, um pacote de 60 mil milhões de dólares (51 mil milhões de euros) para países africanos, no formato de assistência governamental e de investimento e financiamento de instituições financeiras e empresas.
Xi Jinping falava no Grande Palácio do Povo, o parlamento chinês, perante dezenas de chefes de Estado e de Governo do continente africano, no arranque da terceira cimeira do FOCAC, em que pela primeira vez, e durante dois dias, participam todos os países africanos de língua portuguesa, com o restabelecimento de relações diplomáticas entre a China e São Tomé e Príncipe.
Esta edição do fórum junta em Pequim, até terça-feira, dezenas de chefes de Estado e de Governo do continente africano.
A cimeira conta com três novos países, incluindo São Tomé e Príncipe, que se junta aos restantes países africanos de língua portuguesa, Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau e Moçambique.
As outras estreias são o Burkina Faso e a Gâmbia, que elevam assim para 53 o número de nações africanas com relações com a China.
Desde 2015, a média anual do investimento direto da China no continente fixou-se em 3.000 milhões dólares (2.500 milhões de euros), com destaque para novos setores como indústria, finanças, turismo e aviação.
O primeiro Fórum de Cooperação China-África aconteceu em Pequim, em 2006, e a segunda edição decorreu na África do Sul, em 2015.