Dezenas de milhares de apoiantes da revolução síria saíram às ruas de Idlib, o último reduto da rebelião, ontem 14 de setembro, em protesto contra a ofensiva em preparação pelo regime de Assad e a sua aliada Rússia.
Os manifestantes afluiram em massa às ruas depois do período da oração, cantaram slogans contra o governo sírio e agitaram a bandeira verde, branca e preta da rebelião, em cenas que lembram os primeiros meses do levante, antes das manifestações se terem transformado em guerra civil.
A extensão da mobilização surpreendeu nesta região, que além de ter sido bombardeada durante sete anos pela Força Aérea Síria, vive sob o domínio de grupos armados, muitas vezes radicais, particularmente Tahrir al-Sham (HTS) liderado pelo ex-ramo da Al Qaeda na Síria.
"Nós nunca iremos negociar, nós nunca vamos nos reconciliar com esse criminoso Bashar al-Assad", declarou Rania Kisar, uma ativista sírio-americana em um vídeo postado no Facebook, citado pelo Le Monde.
"Ouça a voz do povo", disse a jovem. "Todos nós queremos que Bashar vá embora. Não importa quantos de nós ele mate. Nós nunca nos renderemos. "
"Não há alternativa que não a queda do regime, disse por sua vez Mustafa Al-Abdullah, o director de uma pequena agência de comunicação. "Nós viemos para reafirmar a nossa fé na revolução. Staffan de Mistura pode dizer o que ele quiser, não vamos sair daqui ", acrescentou, em referência à recente proposta do enviado especial da ONU para evacuar de Idlib os civis que queiram partir.
Enquanto que na semana passada os jihadistas haviam dispersado várias manifestações desse tipo, mas menores, desta vez, não intervieram, nem mesmo na cidade de Idlib, que é a sua fortaleza.
Nos comícios, muitos participantes agitaram também a bandeira da Turquia, como um sinal de apoio aos esforços de Ancara para encontrar uma saída para a crise.
Depois de se encontrar com seus colegas russos Vladimir Putin e o iraniano Hassan Rohani em Teerã na sexta-feira (7 de Setembro), o presidente turco Recep Tayyip Erdogan deve se encontrar com o líder do Kremlin novamente na segunda-feira.