“O aumento do sentimento anti-globalização e o recuo do multilateralismo por alguns dos grandes poderes mundiais colocam África na periferia, com apenas 3% do comércio internacional global”, disse
Oramah durante uma intervenção num painel sobre ‘A crescente importância da cooperação Sul-Sul no contexto de tensões comerciais volatilidade nos mercados financeiros internacionais’.
Na sessão, inserida nos Encontros Anuais do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Mundial, que decorrem em Bali, na Indonésia, Oramah defendeu, segundo um comunicado enviado à Lusa, que “muitas economias do hemisfério Sul estão na mesma situação, mas com a maior e a mais jovem população e a classe média com maior crescimento, as economias do Sul têm todos os ingredientes para potenciar o crescimento económico”.
O presidente do Afreximbank disse que o Banco está a construir parcerias e a desenvolver quadros regulamentares para atrair investimentos dos países do hemisfério Sul para África.
“O comércio entre África e o Sul chegou a 56% das trocas comerciais do continente, quando no princípio dos anos 1990 era de apenas 16%”, disse o banqueiro, notando que há espaço para crescer ainda mais, principalmente tendo em conta o acordo sobre a criação da Zona Económica de Livre Comércio (ZLEC).
O Afreximbank é um banco de apoio ao comércio, exportações e importações em África e foi criado em Abuja, em 1993. Tem um capital de mais de 10 mil milhões de dólares.
Os accionistas são entidades públicas e privadas divididas em quatro classes e dele fazem parte governos africanos, bancos centrais, instituições regionais e sub-regionais, investidores privados, instituições financeiras, agências de crédito às exportações e investidores privados, além de instituições financeiras não africanas e de investidores em nome individual.