No total foram libertados 34 elementos, todos do CI, detidos desde Fevereiro.
“Estamos satisfeitos por os nossos camaradas terem sido libertados, mesmo que muitos apresentem sequelas de tortura terríveis”, denunciou Gabriel Nse Obiang, líder do CI, lembrando que, em finais de Maio e princípios de Julho, dois militantes do partido, Evaristo Oyaga Sima e Juan Obama Edu, foram mortos durante o período de detenção.
O Governo presidencialista de Teodoro Obiang Nguema, que comanda os destinos da Guiné Equatorial desde 1979, desmentiu que Sima e Edu tivessem morrido na prisão.
Um militante do CI, libertado, Pergentino Miguel Edu, apresenta um braço partido, depois de nove meses com uma hemorragia interna, em consequência de tortura, de acordo com Nse Obiang.
Presos na penitenciária de Evinayong, os elementos do CI, partido interdito desde Fevereiro, foram condenados em Fevereiro a 30 anos de prisão por “sedição, desordem pública, atentados à autoridade e ofensas à integridade física graves”, na sequência de confrontos com forças de segurança, durante a campanha das legislativas, em Novembro de 2017.
Entre os detidos figuravam dois eleitos pelo CI – um deputado e um conselheiro municipal – e Nse Obiang salientou que “eles devem ocupar o seu lugar na Assembleia Nacional e na autarquia”.
Em 10 de Outubro, o Presidente Teodoro Obiang Nguema, de 76 anos, anunciou o indulto a 81 prisioneiros, dois dias antes do 50.º aniversário da independência da Guiné Equatorial, membro da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP).
A televisão do Estado referiu que o indulto se estendeu a 160 presos.
A vaga de libertações começou no sábado, com a saída do estabelecimento de Evinayong de 55 presos, entre os quais um tenente-coronel condenado em 2014 a uma pena de 27 anos por um tribunal militar por “tentativa de golpe de Estado”.