"É importante não descurar as relações que mantemos no âmbito da CPLP, fundada na língua na cultura e numa história comum com raízes em África, nas Américas, na Ásia e na Europa", disse João Lourenço, que ontem discursou numa sessão solene na Assembleia da República.
"Essa singularidade confere à CPLP um carácter único e original que devia ser mais valorizado e explorado pelos governos e cidadãos dos nossos países", acrescentou o chefe do Estado, sublinhando que é com a diversidade e troca de culturas que a humanidade enriquece.
João Lourenço considerou ainda que a adopção de formas de governo autoritárias e extremistas "obrigam a manter posições claras sobre direitos inalienáveis dos cidadãos" e defendeu a resolução pacifica dos conflitos entre estados e o multilateralismo
"É com apreensão que o mundo vem constatando o surgimento de sinais que apontam para retorno a guerra fria, caso as duas super-potências não primarem pela contenção e bom senso quando abordam questões estratégicas em que nem sempre convergem os interesses que cada um defende", destacou, criticando implicitamente os governos de Trump e Putin.
Por outro lado, afirmou ser "gratificante constatar" que Portugal e Angola convergem na defesa da paz e condenação do racismo e xenofobia, mostrando-se convicto de que a visita a Portugal contribuirá "para dinamizar a parceria" e para "um futuro comum bastante radioso".