Na capital brasileira são esperados pelo menos uma dúzia de chefes de Estado e de Governo. Além de Jorge Carlos Fonseca, e Marcelo Rebelo de Sousa (Portugal), ainda Evo Morales (Bolívia), Ivan Duque (Colômbia), Sebastián Piñera (Chile), Juan Orlando Hernández (Honduras), Mario Abdo Benitez (Paraguai), Martin Vizcarra (Peru), e Tabare Vazquez (Uruguai).
Estará igualmente presente o primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orbán e o primeiro-ministro do Marrocos, Saadedine Othmani.
Está previsto um forte cordão policial e militar em torno das cerimónias em Brasília, medidas alargadas ao espaço aéreo, com a autorização presidencial para abater, durante 24 horas, qualquer aeronave que represente um perigo iminente para o evento.
Eleito em outubro, à segunda volta, com o lema conservador “Brasil acima de tudo, Deus acima de todos”, Jair Messias Bolsonaro, de extrema-direita, assume a pretensão de liderar um movimento conservador no maior país da América Latina, centrado na defesa da ordem civil inspirada na cultura militar, da moral cristã e no liberalismo económico.
Chamado de “mito” e “herói” pelos seus apoiantes e de “perigo à democracia” por críticos e adversários, Bolsonaro está na política brasileira há 28 anos e, antes de vencer as presidenciais em 2018, foi eleito deputado (membro da câmara baixa) sete vezes consecutivas, sem nunca ter ocupado um cargo importante no parlamento.
Capitão do Exército reformado e defensor da ditadura militar – regime que vigorou no Brasil entre 1964 e 1985 -, o novo Presidente brasileiro iniciou a carreira política como uma figura caricata de posições extremas e discursos agressivos em defesa da autoridade do Estado e dos valores da família cristã.
Bolsonaro é favorável ao porte livre de armas e defende que o combate à violência no Brasil, país que atingiu a marca de 63.800 homicídios em 2017, deve ser feito de forma violenta pela polícia.
Entretanto, o Partido dos Trabalhadores (PT), que governou o Brasil entre 2003 e 2016, o Partido Socialismo e Liberdade e o Partido Comunista já anunciaram que vão boicotar a tomada de posse do novo Presidente brasileiro.
Os três partidos de esquerda, de oposição a Bolsonaro, tornaram público que os deputados eleitos por aquelas forças políticas não estarão presentes na cerimónia, em Brasília.
O PT, que teve como primeiro candidato Lula da Silva – antigo Presidente brasileiro e atualmente a cumprir uma pena de prisão – e depois Fernando Haddad, que colocou em causa o processo eleitoral depois de apurados os resultados, o Partido Socialismo e Liberdade e o Partido Comunista do Brasil têm 75 dos 513 deputados na Câmara Baixa.