A comissão do Parlamento Europeu terá solicitado à Comissão Europeia e aos Estados membros que suspendam formalmente as negociações de adesão da Turquia devido à falta de respeito pelos direitos humanos e liberdades cívicas, assim como pela escassa independência judicial, entre outros motivos.
A votação na comissão teve por base um projecto de um relatório que ainda não foi alvo de parecer do plenário do PE.
"É absolutamente inaceitável que o projecto de um relatório consultivo não vinculativo exija uma suspensão total das conversações da nossa adesão à UE", declarou num comunicado o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros, Hami Aksoy.
Adiantou que as afirmações do relatório "carecem de fundamento" e mostram uma "atitude desfavorável e preconceituosa do Parlamento Europeu" em relação à Turquia.
"Esperamos que o relatório final que deverá ser aprovado pelo plenário do Parlamento Europeu em Março seja mais realista", indica o comunicado.
A Turquia é candidata à adesão à UE desde 2005, mas as negociações estão paradas há anos.
A deputada liberal holandesa Marietje Schaake afirmou num comunicado divulgado após a votação em Bruxelas que "as violações dos direitos humanos e as detenções de jornalistas ocorrem quase diariamente (na Turquia), enquanto a democracia e o Estado de direito são cada vez mais minados".
"Isto, em conjunto com as mudanças constitucionais, torna impossível a adesão da Turquia à União Europeia neste momento. A mensagem do Parlamento hoje é muito clara. Há consequências do controlo autoritário de (presidente turco, Recep Tayyip) Erdogan sobre o poder", adiantou a eurodeputada.
Em Outubro do ano passado, o Parlamento Europeu decidiu cortar 70 milhões de euros dos fundos destinados à Turquia como país candidato à adesão devido à falta de melhorias ao nível do Estado de direito, dos direitos humanos e da liberdade de imprensa.