Segundo um decreto divulgado hoje pelo Kremlin, e que entra em vigor após a assinatura de Putin, a participação de Moscovo é suspensa "até que os Estados Unidos cessem qualquer violação das suas obrigações nos termos do Tratado ou até à cessação da sua validade".
As duas potências acusam-se mutuamente de violar o tratado sobre as armas nucleares de médio alcance (INF), assinado no final da guerra fria, em 1987, que entrou em vigor um ano depois e estipula a eliminação de todos os mísseis convencionais e nucleares com alcance entre 500 e 5.500 quilómetros.
Putin anunciou no passado dia 02 de Fevereiro a suspensão do tratado, em resposta a idêntica medida adoptada um dia antes pelos Estados Unidos.
Previamente, o secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo, tinha dado em Dezembro um prazo de 60 dias à Rússia para que voltasse a cumprir o tratado.
Os Estados Unidos e a NATO exigiram à Rússia que destruísse o míssil de cruzeiro Novator 9M729 (SSC-8, segundo a classificação da NATO), por considerar que tem um alcance superior a 500 quilómetros.
Na resposta, a Rússia considerou "inaceitável" a exigência e argumentou que o Novator tem um alcance de apenas 480 quilómetros, pelo que respeita o tratado.
Além disso, Moscovo acusou os Estados Unidos de terem começado a preparar o terreno para abandonar o INF há cerca de dois anos, quando iniciaram a montagem de mísseis de curto e médio alcance numa das suas fábricas militares do Estado do Arizona.
Os Estados Unidos não só consideram que a Rússia viola o tratado, como defendem ainda que o INF se tornou obsoleto no geral, porque outros países como a China, Irão e Coreia do Norte fabricam armas nucleares de médio alcance e não são subscritores do mesmo.