Em comunicado hoje divulgado, a UNICEF alerta ainda que estes números poderão aumentar à medida que o ciclone Idai se desloca para oeste e se torna mais claro o seu impacto.
O ciclone, com fortes chuvas e ventos de até 170 quilómetros por hora atingiu a Beira, a quarta maior cidade de Moçambique, na quinta-feira à noite, deixando os cerca de 500 mil residentes sem energia e linhas de comunicação.
Os números do Governo de Moçambique estimavam inicialmente que 600 mil pessoas tivessem sido afetadas, incluindo 260 mil crianças.
A directora regional da UNICEF para a África Oriental e Meridional, Leila Pakkala, adiantou que centenas de milhares de crianças tinham já sido afectadas pelas cheias e que o ciclone Idai "trouxe mais sofrimento às famílias" à sua passagem.
A responsável lembrou que "muitas crianças perderam as suas casas, escolas, hospitais e até amigos e entes queridos".
O Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, disse hoje que o número de mortes devido ao ciclone Idai, no centro de Moçambique, poderá ultrapassar os mil, estando confirmados actualmente 84.
O chefe de Estado moçambicano acrescentou que mais de 100 mil pessoas da região correm perigo de vida.
No Malaui, as estimativas do Governo apontam para que tenham sido atingidas mais de 920 mil pessoas nos 14 distritos afectados, incluindo 460 mil crianças.
Há registos de pelo menos 56 mortos e 577 feridos, bem como de milhares de pessoas forçadas a abandonar as suas casas e sem acesso a comida, água ou instalações sanitárias.
No Zimbabué, as estimativas iniciais das autoridades apontavam para cerca de 1.600 casas e oito mil pessoas afectadas no distrito de Chimanimani, em Manicaland, com registos de 23 mortes e 71 pessoas desaparecidas.
A UNICEF, que está no terreno a trabalhar em coordenação com os governos dos países afectados e com organizações humanitárias, lançou uma campanha para a mobilização de 20,3 milhões de dólares (cerca de 18 milhões de euros) para responder às necessidades dos três países.
O Idai deslocou-se durante o fim de semana de Moçambique para o Zimbabué e, apesar de a extensão do seu impacto não ser ainda totalmente conhecida, estima-se que inclua destruição de escolas e unidades de saúde, infraestruturas de água e saneamento e aumento do risco de doenças relacionadas com a falta de acesso a água potável.