“Fizemos um apelo temporário por volta de 40 milhões de dólares (35 milhões de euros), mas, provavelmente, vai aumentar por causa da segunda leva de cheias que, infelizmente, está a assolar o centro do país”, referiu Karin Manente, representante do PMA, em declarações em Maputo.
Manente referiu que a ajuda humanitária da ONU está já no terreno e acentuou que, nos próximos dias, haverá necessidade de mais recursos para desenvolver o plano de ajuda do PMA, para ajudar 22 mil pessoas em áreas de difícil acesso.
“Começámos com a distribuição de ‘papinhas’ enriquecidas no centro de acomodação na cidade da Beira. Estamos a distribuir estes biscoitos enriquecidos as pessoas que estão isoladas e muito afectadas no distrito de Nhamatanda”, disse.
Com as prioridades centradas na “busca, salvamento e resgate”, a responsável da PMA frisou que a Organização Internacional para as Migrações, presidido por António Vitorino, e a Unicef estão “a proporcionar abrigo e medicamentos e a Cruz Vermelha e várias organizações não-governamentais estão muito activas”.
Na região da Beira, onde uma equipa avançada da embaixada de Portugal em Maputo está desde domingo, residem cerca de 2.500 portugueses, de acordo com o gabinete do secretário de Estado das Comunidades Portuguesas.
O Consulado de Portugal na Beira tem um total de 5.600 cidadãos portugueses inscritos, mas a área de jurisdição consular é alargada e abrange sete províncias – Sofala, Manica, Zambézia, Tete, Nampula, Niassa e Cabo Delgado.
O ciclone, com fortes chuvas e ventos de até 170 quilómetros por hora, atingiu a Beira, a quarta maior cidade de Moçambique, na quinta-feira à noite, deixando os cerca de 500 mil residentes sem energia e linhas de comunicação.
Os números do Governo de Moçambique estimavam inicialmente que 600 mil pessoas tivessem sido afectadas, incluindo 260 mil crianças.
O Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, disse hoje que o número de mortes devido ao ciclone Idai poderá ultrapassar os mil, estando confirmados actualmente 84.
O chefe de Estado moçambicano acrescentou que mais de 100 mil pessoas da região correm perigo de vida.