“Temos os mesmos limites e caímos às vezes nas mesmas coisas […] O trabalho a fazer é ir limpando, limpando, limpando”, refere o Papa numa entrevista ao jornalista Jordi Evole, da qual um excerto foi divulgado pelo jornal espanhol La Vanguardia.
Na entrevista, Francisco classifica ainda como “uma injustiça” os países fecharem a porta a todos aqueles que migram por causa das guerras, da fome ou a exploração e apela para a “atitude cristã” de receber, acompanhar, promover e integrar.
O papa reprovou também a retenção em Barcelona do barco da ONG Proactiva Open Arms, conhecido pelas tarefas de auxílio a migrantes no Mediterrâneo, e pede aos católicos que rejeitam a imigração para lerem o Evangelho e serem coerentes com o mesmo.
O papa considerou que “em geral” a causa das migrações decorre de um sistema económico capitalista “concebido como selvagem” que provoca desigualdade e guerras: “Sustento que estamos já numa terceira guerra mundial, aos bocadinhos”.
Francisco também condenou propostas como a de erigir um muro fronteiriço com o México, como pretende o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, considerando que “o que levanta um muro acaba prisioneiro do muro que levantou”. “Isto é uma lei universal”, precisou.
Em relação à cimeira sobre os abusos recentemente celebrada pela Igreja, considerou que permitiu “iniciar processos” para “curar” os afectados e que recomenda a vítimas de abusos por parte de religiosos a denunciarem os casos à polícia.