"Nos crimes de violação sexual contra mulheres em 2018, 72% ocorreram dentro de casa, cerca de 45% dos agressores eram pessoas do convívio da vítima (companheiros, ex-companheiros, pais, padrastos, parentes e conhecidos) e 70% das vítimas tinham até 17 anos de idade. Essas informações confirmam a ideia de que as mulheres estão mais vulneráveis à violência sexual no âmbito privado do que nos espaços públicos", adianta o relatório denominado "Dossiê Mulher 2019", lançado na terça-feira.
De acordo com o ISP, 12 mulheres são vítimas deste tipo de crime todos os dias no Rio de Janeiro.
Nesta edição do "Dossiê da Mulher", os delitos analisados foram "homicídio doloso, feminicídio, tentativa de homicídio, tentativa de feminicídio, violação sexual, tentativa de violação sexual, lesão corporal dolosa, ameaça, assédio sexual, importunação ofensiva ao pudor, ato obsceno, dano, violação de domicílio, destruição ou ocultação de documentos, constrangimento mediante violência ou ameaça, calúnia, difamação e injúria".
Também a aplicação da Lei Maria da Penha, um mecanismo criado em 2006 para prevenir a violência doméstica e familiar contra as mulheres no Brasil foi analisada neste relatório.
O documento mostra que no Estado do Rio de Janeiro as mulheres mulatas e negras foram as maiores vítimas de homicídio doloso em 2018, sendo que entre os 350 casos registados no ano passado, estas representaram 59%, seguidas por 33% de brancas e 8% de outra raça ou sobre as quais não foi possível obter informação.
Quanto à faixa etária mais atingida por homicídios dolosos estão mulheres entre os 30 e 59 anos, representando 36% das vítimas.
Depois, surgem as mulheres entre os 18 e 29 anos, constituindo 25% das vítimas mortais.
As vítimas com idades até 7 anos foram 9% e as de 60 anos ou mais, 8%. A percentagem de mulheres mortas sem informação relativa à idade é de 19%.
Em relação à violência física, a lesão corporal dolosa foi o crime que teve o maior número de vítimas em 2018, no Rio de Janeiro, com 41.344 mulheres agredidas, o que corresponde a quatro mulheres atacadas por hora, segundo o relatório.
Entre os autores do crime, 70% eram pessoas do convívio da vítima e 60,2% desses casos aconteceram dentro de alguma residência.
As informações divulgadas no dossiê tiveram como fonte dados da Secretaria de Estado de Polícia Civil.