"Pedimos a todas as partes que mantenham a cabeça fria (...) e que não abram uma caixa de Pandora", afirmou o ministro chinês dos Negócios Estrangeiros, Wang Yi.
"Os Estados Unidos, em particular, devem mudar a sua estratégia de pressão máxima (...) isso não só não resolverá o problema, como agravará a crise", afirmou.
No caso do Irão, Wang pediu ao país que seja cauteloso e não desista "levianamente" do acordo nuclear, assinado em 2015.
Washington anunciou, na segunda-feira, que vai enviar cerca de mil soldados para o Médio Oriente, numa altura de crescente tensão com o Irão.
O anúncio foi feito logo após ministério da Defesa divulgar novos documentos que acusam o Irão de atacar dois petroleiros no Mar de Omã, na semana passada.
Assinado pelo Irão e pelo Grupo dos Seis (Alemanha, China, Estados Unidos, França, Reino Unido e Rússia), o acordo de 2015, concluído em Viena, visa limitar drasticamente o programa nuclear de Teerão, em troca do levantamento das sanções económicas internacionais.
Mas Washington retirou-se unilateralmente do pacto, em maio de 2018, e restabeleceu pesadas sanções contra Teerão, que tem pressionado os outros signatários e parceiros internacionais para que ajudem a mitigar os efeitos das sanções.
Até à data, a Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA) certificou que o Irão está a agir de acordo com os compromissos assumidos em Viena.
Mas Teerão anunciou que, a partir de 27 de junho, as suas reservas de urânio enriquecido aumentarão acima do nível assumido no acordo, face à pressão de Washington.
Wang Yi falava durante uma conferência de imprensa conjunta com o ministro sírio dos Negócios Estrangeiros, Walid al-Moualem, que está em visita oficial à China.
França, Alemanha e o Reino Unido, apesar de impotentes face às sanções unilaterais de Washington, têm apelado também a Teerão que continue a respeitar o acordo. A ONU fez um apelo semelhante.