O naufrágio aconteceu na quarta-feira, na cidade de Zarzis, Tunísia, um dia depois de um ataque aéreo a um centro de detenção de migrantes na Líbia ter matado pelo menos 44 pessoas.
A embarcação naufragada foi encontrada por pescadores tunisinos, que conseguiram retirar quatro homens do interior, mas não conseguiram encontrar nenhum dos outros passageiros, explicou a chefe da Organização Internacional para as Migrações na Tunísia, Lorena Lando.
Uma das quatro pessoas retirada, um homem da Costa do Marfim, morreu durante a noite e os outros três permaneceram hospitalizados.
No começo da semana, outra embarcação de migrantes, com origem na Líbia, chegou ao porto tunisino de Sfax com 65 pessoas a bordo.
Segundo uma testemunha citada pela agência de notícias espanhola Efe, a embarcação, que partiu dois dias antes da cidade líbia de Zoara, estava à deriva e foram os pescadores que o encontraram que alertaram a Guarda Costeira.
As praias que se estendem entre Tripoli e a fronteira com Tunes converteram-se, nos últimos dois anos, no principal bastião das máfias que traficam seres humanos, apesar da presença reforçada de patrulhas europeias.
Segundo números da Organização Internacional para as Migrações, desde o início deste ano já morreram no mar 597 migrantes que tentavam alcançar as costas da Europa.
Destes, 343 morreram na chamada “rota central”, que parte das costas da Líbia e que é considerada uma das mais mortíferas do mundo.
Os números registados no primeiro semestre deste ano são muito semelhantes aos do total de 2018, quando morreram 620 migrantes que tentavam chegar à Europa, 383 no Mediterrâneo central.
A tendência de aumento começou a registar-se há alguns meses, quando alguns países proibiram que as organizações não governamentais fizessem resgates ou que aportassem nos seus territórios.