Guiné Equatorial culpa interesses económicos por actos de desestabilização

PorExpresso das Ilhas, Lusa,16 ago 2019 7:39

​O representante permanente da Guiné Equatorial junto da ONU afirmou hoje ter informações de novos actos de desestabilização que podem levar a um golpe de Estado, devido a interesses económicos de várias empresas e personalidades como George Soros.

As afirmações foram feitas em Nova Iorque por Anatolio Ndong Mba, representante permanente da Guiné Equatorial junto da Organização das Nações Unidas, que distribuiu um comunicado oficial do Governo opondo-se a títulos da imprensa internacional alegadamente financiados pelo magnata dos negócios e filantropo George Soros.

Recordando incidentes de Dezembro de 2017, Anatolio Ndong Mba disse que o Estado tem informações sobre “acções em curso para um novo golpe de Estado”, tudo devido a interesses económicos nos recursos petrolíferos, florestais e marítimos de que o país dispõe.

“Temos informações de actividades em curso para desestabilizar o país, para tentar perpetrar um novo golpe de Estado. Sabemos que está a ser planeado”, disse Anatolio Ndong Mba, dando como uma das razões a ambição de obter o controlo sobre os ricos recursos naturais disponíveis na Guiné Equatorial.

O representante disse ainda que é importante reforçar a prevenção e mediação de conflitos e reforçar a coesão nacional, para se por termo à crise que se vive no país.

Anatolio Ndong Mba disse que desde o final dos anos 1990, quando se iniciou a exploração do petróleo na Guiné Equatorial, se tem registado um aumento de actividades que fomentam o medo e desestabilizam o país, com o objectivo de influenciar a comunidade internacional e obter controlo sobre os recursos naturais.

O representante disse que os projectos de exploração petrolífera são submetidos a licitações internacionais, que classificou “procedimento transparente” mas disse que há determinadas empresas que perdem os concursos e querem causar movimentos e revoltas para colocar no poder um Presidente controlado pelos interesses económicos.

“Querem impor um Presidente que faça o que eles querem, para explorar os recursos como querem”, acusou o diplomata comentando conflitos violentos que acontecem no país.

O Governo da Guiné Equatorial considera que os títulos da imprensa internacional e de organizações de direitos humanos como a Amnistia Internacional, que destacam assuntos de violência política no país e “clima de terror”, são financiadas e “têm o selo” de George Soros e da fundação The Open Society Institute.

O comunicado do Governo diz que George Soros é um “magnata multimilionário, especulador financeiro e criminoso com evidentes interesses geoestratégicos e imperialistas que tem dedicado a sua vida a (…) expandir o capitalismo, regando com sangue inúmeros países ao longo de muitas décadas”.

A Amnistia Internacional não escapou às críticas e é acusada de querer dar uma imagem negativa da Guiné Equatorial com os artigos que publica, alegadamente depois de o parlamento lhe ter rejeitado um projeto com custos demasiado grandes.

O representante da Guiné Equatorial junto da ONU começou a conferência destacando o desenvolvimento do país, o papel em várias organizações ou conferências internacionais e o aumento do bem-estar da população do país.

O comunicado transformou-se depois numa condenação a actividades de George Soros, já que, segundo o governo, os interesses dos seus aliados são promover uma imagem negativa, esquecendo os progressos e a qualidade das infraestruturas.

“Informamos a opinião pública nacional e internacional que não nos deixamos enganar nem confundir se aparecerem acções filantrópicas financiadas por este senhor e a sua fundação”, lê-se no comunicado do Governo.

Concorda? Discorda? Dê-nos a sua opinião. Comente ou partilhe este artigo.

Autoria:Expresso das Ilhas, Lusa,16 ago 2019 7:39

Editado porNuno Andrade Ferreira  em  10 mai 2020 23:21

pub.

pub.

pub
pub.

Últimas no site

    Últimas na secção

      Populares na secção

        Populares no site

          pub.