“Não é o momento de conversar com o Irão, é o momento de aumentar a pressão” sobre Teerão, disse Netanyahu antes de viajar para Londres, onde deve deverá encontrar-se com o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, e com o secretário da Defesa dos Estados Unidos, Mark Esper.
Na quarta-feira, o Presidente do Irão, Hassan Rohani, anunciou que vai retirar quaisquer limites à pesquisa e ao desenvolvimento nuclear, a fim de fornecer ao país tudo o que precisa para o enriquecimento de urânio.
“A organização iraniana de energia atómica recebeu a ordem para tomar as medidas necessárias em pesquisa e desenvolvimento e abandonar todos os compromissos existentes nessa área”, disse Rohani na televisão do Estado.
Segundo o Presidente iraniano, esta decisão surge depois de “não terem sido alcançados os resultados desejados” na recente tentativa diplomática liderada pela França para tentar impedir o falhanço do acordo nuclear concluído em Julho de 2015, em Viena.
Na terça-feira Washington, impôs pela primeira vez sanções à agência espacial do Irão, acusando-a de desenvolver mísseis balísticos sob a cobertura de um programa civil para lançar satélites em órbita, mais um passo na campanha da administração Trump de medidas económicas e diplomáticas contra Teerão, desde que no ano passado os EUA se retiraram unilateralmente do acordo nuclear de 2015.
O pacto foi assinado entre o Irão e os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU (Estados Unidos, França, Reino Unido, Rússia e China), mais a Alemanha, e previa o levantamento de sanções internacionais em troca de limitações e maior vigilância do programa nuclear iraniano.
Um ano após o anúncio da decisão norte-americana de abandonar o acordo, o Irão declarou que não se sentia obrigado a continuar a respeitar alguns dos seus compromissos no pacto enquanto os restantes signatários não conseguissem ajudá-lo a contornar as sanções dos Estados Unidos.
Também na terça-feira, Rohani rejeitou manter negociações bilaterais com os Estados Unidos e disse que, caso Washington levante as sanções, apenas aceita um diálogo multilateral com os países que assinaram o acordo nuclear com Teerão em 2015.