Rússia vende armamento e promove cooperação nuclear com África

PorExpresso das Ilhas, Lusa,25 out 2019 8:00

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A política e os negócios. Em Sochi, além de chefes de Estado e de Governo africanos, estiveram por estes dias empresários, numa verdadeira feira onde foi possível experimentar armamento russo e assinar protocolos nucleares milionários.

O I Fórum Económico Rússia-Africa, paralelo à cimeira de alto nível, integrou uma ampla área de exposição de armamento russo, onde empresários de mais de 40 países africanos puderam experimentar e encomendar ‘kalashnikovs’, sistemas de defesa anti-aérea ou programas de reconhecimento facial.

O presidente russo, Vladimir Putin, reuniu nos dias 24 e 25 em Sochi (sudoeste) chefes de Estado e de Governo de 43 dos 54 países africanos e aproveitou a ocasião para assinar novos acordos de cooperação nuclear e para expor as novidades da indústria militar aos convidados de um continente que representa 40% das vendas de armas e equipamentos militares.

Em matéria nuclear, Sochi foi palco da assinatura de acordos de cooperação entre a agência nuclear russa Rosatom e os governos da Etiópia, para a construção de “uma central nuclear de grande capacidade”, e do Ruanda, para a construção de um centro de investigação.

Segundo o director executivo da Rosatom, Alexei Likhachev, estes acordos juntam-se a protocolos já assinados com outros 18 países africanos, entre os quais Egipto, Gana, Nigéria, Quénia, Sudão, Uganda e Zâmbia, o que demonstra o interesse russo num continente onde existe uma única central nuclear, na África do Sul.

Outra vertente do interesse russo em África envolve a venda de armamento.

“África representa 40% do volume do portefólio de encomendas actuais, tanto em termos de valor como de entrega de diferentes tipos de armas e de equipamentos militares”, explicou à agência France-Presse, Alexandre Mikheev, presidente da Rosoboronexport, a empresa pública russa de venda de armamento.

A empresa trabalha actualmente com “vinte países” africanos, tendo “cerca de 12 mil milhões de dólares em contratos assinados e pagos”, precisou.

Este ano, disse ainda, a Rosoboronexport fez entregas a nove países de África, entre os quais Angola, Moçambique, Ruanda e Uganda.

Segundo uma reportagem da agência em Sochi, os ‘stands’ de armamento e equipamento militar ocupam “a parte de leão” do espaço do complexo que acolhe o fórum.

O grupo empresarial estatal Rostec, que ocupa a quase totalidade do parque industrial militar russo, está nomeadamente representado em Sochi pelas empresas Kalashnikov (metralhadora ligeira), Almaz-Antey (sistemas anti-aéreos e blindados) e Pribor (munições).

A AFP descreve como empresários russos e africanos enchem os ‘stands’ para ter a oportunidade de manipular armas, tirar fotografias ou folhear catálogos traduzidos para português e francês.

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Autoria:Expresso das Ilhas, Lusa,25 out 2019 8:00

Editado porNuno Andrade Ferreira  em  12 jul 2020 23:20

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