"Esta região tem assistido a um aumento sem precedentes nos sequestros de tripulações", disse Michael Howlett, que preside a este órgão de segurança marítima internacional, com sede em Kuala Lumpur.
Em declarações citadas pela agência noticiosa francesa France-Presse, o responsável apelou a uma "maior coordenação e troca de informações", salientando que esta cooperação deve acontecer quer entre os próprios navios, quer entre as agências responsáveis pelo registo e processamento de casos no Golfo da Guiné.
Os raptos de tripulações no Golfo da Guiné, 121 em 2019, um aumento de 55,1% face aos 78 registados em 2018, representam 75% dos casos reportados a nível mundial, disse o responsável, apontando que no ano passado estes casos, a nível mundial, registaram uma descida, passando de 201 em 2018, para 162, no ano passado.
O Golfo da Guiné, que se estende por 5.700 km desde as costas do Senegal, no norte, até às de Angola e Nigéria - ambos países produtores de petróleo - tornou-se nos últimos anos o novo epicentro da pirataria global ao largo do Golfo de Aden, ao largo da costa da Somália, escreve a AFP, lembrando que este problema teve origem na década de 1970 no Delta do Níger, no sudeste da Nigéria, o centro da exploração petrolífera deste país que é o maior produtor de petróleo da África subsaariana.
Com a queda do preço do petróleo, a estratégia destes 'piratas do mar' mudou, privilegiando agora o rapto das tripulações e não o roubo do petróleo a ser transportado, segundo a AFP.