CEDEAO abordou encerramento de fronteiras e nova moeda na região

PorExpresso das Ilhas, Lusa,11 fev 2020 6:11

A Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) mostrou-se preocupada com o encerramento das fronteiras da Nigéria com dois vizinhos, num encontro à margem da cimeira da União Africana, em que abordou também a substituição do franco CFA.

Numa nota emitida pela organização, a Conferência de Chefes de Estado e de Governo da CEDEAO, que realizou "uma sessão extraordinária" no dia 09 de Fevereiro, em Adis Abeba, "expressou grande preocupação com a persistência" do encerramento das fronteiras entre Nigéria e os vizinhos Benim e Níger, que "continua a afectar o comércio regional".

Nesse sentido, a autoridade regional referiu que tomou conhecimento "do trabalho realizado pelo comité tripartido", constituído pelos três países afetados, assim como do encontro que se realizará no próximo dia 15 de fevereiro, na capital do Burkina Faso, Ouagadougou, que abordará este tema.

A organização pediu às partes que "trabalhem para uma rápida normalização desta situação para benefício de todos e da CEDEAO".

Num esforço para tentar controlar o contrabando no país, o Presidente nigeriano, Muhammadu Buhari, decidiu encerrar as fronteiras terrestres com Níger e Benim.

A decisão, que vai contra as normas da CEDEAO, foi vista pelo ministro da Agricultura do Benim como "catastrófica" para este pequeno país.

O Níger estima que este encerramento tenha provocado uma redução das receitas aduaneiras na ordem dos 60 milhões de euros.

Da mesma fora, o encerramento das fronteiras terrestres provocou um abrupto aumento de preços na Nigéria, sendo que a maioria dos produtos passaram a ser importados pelo porto de Lagos, comummente criticado pela sua ineficiência.

Sobre a substituição do franco CFA pelo ECO, a Conferência de Chefes de Estado e de Governo da CEDEAO referiu que "estas reformas são um passo em frente para alcançar a consolidação" da nova moeda.

A autoridade regional "expressou satisfação" com os desenvolvimentos da União Económica e Monetária da África Ocidental (UEMAO).

A nova moeda engloba três grandes alterações: mudança do nome, que passará de CFA para ECO; eliminação do depósito de pelo menos 50% das reservas internacionais do Banco Central dos Estados da África Ocidental (BCEAO) no banco central francês, e retirada da França dos órgãos de governação das entidades financeiras da UEMAO (conselho de administração, comité de política monetário e comissão bancária regional).

O CFA foi criado em 1945, com o acrónimo a representar as Colónias Francesas de África, tendo depois mudado o nome para Comunidade Financeira de África.

O novo acordo monetário com a França mantém a indexação ao euro com o mesmo nível de paridade (ECO655,957 por EUR1), e a garantia de notas continua a ser assegurada pelo Tesouro francês.

Os Estados que compõem a UEMAO são o Benim, Burkina Faso, Costa do Marfim, Guiné-Bissau, Mali, Níger, Senegal e Togo.

A CEDEAO é composta pelo Benim, Burkina Faso, Cabo Verde, Costa do Marfim, Gâmbia, Gana, Guiné, Guiné-Bissau, Libéria, Mali, Níger, Nigéria, Senegal, Serra Leoa e Togo.

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Autoria:Expresso das Ilhas, Lusa,11 fev 2020 6:11

Editado porSara Almeida  em  5 nov 2020 23:20

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